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O EFEITO DA GEADA SOBRE DOIS GRUPOS ECOLÓGICOS DA BORDA DE UM FRAGMENTO FLORESTAL
(Leandro A. F. V. Pinheiro ; André A. J. Tabanez; Virgilio M. Viana)

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Com a expansão das fronteiras agropecuaria e urbana as florestas de planalto do interior paulista ficaram restritas a pequenas manchas de vegetação ou fragmentos isolados. Como consequencia desta fragmentação observamos a presença marcante de cipós e o grande número de espécies pioneiras, pricipalmente na borda do fragmento. As árvores que suportam cipós podem sofrer uma série de prejuízos como competição por luz e nutrientes. O efeito de borda é uma alteração da composição relativa de espécies na parte marginal de um fragmento e não é homogêneo em todo o perímetro do fragmento, ele varia a sua profundidade e incidência pricipalmente em função da borda de exposição. Os danos por geada são causados pela queda de temperatura de tecido abaixo do ponto de congelamento dos solutos intra- e extracelular. Aspectos macro e microclimáticos afetam a incidência e o dano da geada. Os aspectos microclimáticos estão pricipalmente ligados à cobertura do terreno. A resistência às geadas varia muito segundo a espécie.
Neste trabalho objetivamos estudar o reação de dois grupos ecológicos, sendo o primeiro formado por três espécies de pioneiras arbóreas: Cecropia sp, Croton floribundus Sprengel, e Aloysia virgata Adr. Juss, e o segundo por um arbusto escandente ( Celtis sp) e por por torres de cipó ,que são árvores totalmente tomadas por cipós, que eram considerada como indivíduos. Objetivamos também constatar se ocorre diferença de comportamento nas diferentes bordas de exposição (norte e sul) entre as espécies e grupos ecológicos.
O dano por geada foi classificado visualmente em quatro intensidades: 0% para indivíduos sem nenhum dano aparente, 33% quando parte da copa estava danificada, 66% para indivíduos com grande parte da copa danificada e 100% quando a copa estava totalmente danificada. Cada borda de exposição foi observada na totalidade, procurando sempre coletar dados à mesma altitude, com o objetivo de contabilizar 40 indivíduos de cada espécie. Os indivíduos foram classificados nas categorias acima detalhadas, sendo os dados desta contagem posteriormente analizados. A análise foi feita para dados transformados ( raiz quadrada da contagem somada à 1/2). Com isso revelou-se uma normalidade ( Prob>W = 0.7507), que possibilitou a utilização de uma análise de variância comum para dados normais.
A borda norte revelou uma média de dano 6.7% maior do que a média dos dados (35.9%), enquanto a borda sul teve sua média 8.7% abaixo da mesma. Com relação aos grupos ecológicos observamos as pioneiras com 6.7% acima da média e os cipós com 7.33% abaixo. O Croton floribundus Sprengel, se revelou mais resistente, entre as pioneiras, ficando com uma média 10.44% abaixo das outras de seu grupo. Os teste utilizados na análise de variância (Anova, GLM e Tukey) não revelaram significância na análise das bordas de exposição (Pr>F = 0.5962) bem como nas análises de grupos ecológicos e espécies (Pr>F= 0.3010 e 0.2841) com relação ao dano por geada. Outras análises não revelaram comportamentos distintos entre os grupos e as bordas ou entre a mesma espécie nas diferentes bordas. Enquanto o grupo ecológico dos cipós apresentou uma grande homogeneidade de comportamento (Pr>F =0.6383), com o Croton floribundus, Sprengel, do grupo da pioneiras, obteve-se um comportamento diferente das demais (Pr>F= 0.0930).
Esta heterogeneidade de comportamentos no grupo das pioneiras revela a necessidade de uma análise da probabilidade de ocorrência de geadas afim de selecionar as espécies adequadas ao manejo de fragmentos florestais, e ajuda a explicar dominância de certas espécies de pioneiras e a raridade de outras. A dificuldade de se mostrar diferenças significativas entre os grupos ecológicos, atribuímos principalmente à dificuldade de amostragem, e levantamento de dados desta natureza, posto que um experimento em um fragmento está sob influêcia de inúmeras variáveis incontroláveis e em certas espécies o dano por geada não é perceptível. O efeito de borda seria mais visualizado em uma análise comparativa entre a borda e o interior do fragmento, e só em condições extremas a variação do microclima de uma borda de exposição para outra influenciaria o dano por geada.



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