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Folha de Sao Paolo
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Confira a introdução do Folha Explica A História do Brasil no Século 20: 1960-1980:Esta é a história da ditadura militar no Brasil. O regime autoritário teve uma gestação interrompida nos anos 50, com o suicídio de Getúlio Vargas, e teria uma sobrevida prolongada nos anos 80, com o governo do general Figueiredo. Mas é nos dois decênios intermediários - o período aqui tratado - que os militares deixam sua marca no país.A ameaça à democracia, quando o regime parece saudável do ponto de vista institucional, surge subitamente. Nuvem inesperada em céu de brigadeiro, a renúncia de Jânio Quadros prenuncia a turbulência. Fruto de jogada política ou de desequilíbrio emocional (ou de ambos), a decisão intempestiva do presidente entreabre uma porta para a ditadura, na qual se enfia um coturno. É esse o assunto do primeiro capítulo.O capítulo 2 aborda o veto militar à posse do vice, João Goulart, notória persona non grata no círculo castrense, onde é tido como mentor de uma república sindicalista. O impasse é contornado com o artifício do parlamentarismo, mas a precária governabilidade que se segue, fragilizada pela polarização da sociedade, torna-se insustentável, a ponto de se desmanchar dian¬te de um golpe que prescinde da violência.Os novos donos do poder, como mostra o capítulo 3, executam um projeto conservador na política e modernizante na economia. Mas logo se desentendem entre si. Disputas internas colocam o país sob o controle dos militares radicais. A ascensão da linha dura coincide com a agitação dos estudantes. Está armado o cenário para 1968, quando ocorre a grande inflexão do ciclo militar, tema do capítulo 4. A partir da sexta-feira, 13 de dezembro, com a decretação do AI-5, fica para trás o mundo das passeatas, da irreverência anárquica, dos festivais de música, do tropicalismo. Intensificam-se as cassações, o exílio, a tortura, a censura. Repressão é a regra do jogo.O fechamento do regime (capítulo 5) vem acompanhado de um contraste. Enquanto a política impõe a realidade da ditadura, a economia oferece o "milagre" do crescimento. O governo evita que a sociedade tome conhecimento da coexistência desses dois países: a censura esconde o primeiro, a propaganda alardeia o segundo.Se o fechamento se dá em degraus descendentes em direção ao porão, a abertura, ao contrário, será um processo gradual, uma rampa ondulada em suave aclive. Complexa para os civis, por obedecer a uma lógica militar, a distensão política, cujos avanços e recuos são descritos no último capítulo, leva algum tempo para ser absorvida. De qualquer maneira, consolidada essa etapa, já perto de 1980, o país está pronto para a redemocratização, retomando o caminho interrompido quase 20 anos antes



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