A vida sexual dos seres humanos - Conferência XX 
(Sigmund Freud)
  
O que é normal na vida sexual e o que é perversão? A partir desta questão, Sigmund Freud elaborou sua teoria sobre a sexualidade humana. No entanto, o célebre psicanalista chocou a moralidade vienense do início do século XX ao partir de um paralelo entre o que era considerado perversão e a sexualidade infantil. Na época, o discurso social era de que tudo relacionado ao sexo era considerado dentro da normalidade se houvesse uma correspondência com a intenção reprodutória. No entanto, Freud alerta que com esta estreita definição até o beijo estaria fora do contexto de normalidade, uma vez que tem conteúdo de sexualidade, mas sua única função é provocar prazer. Na busca de demonstrar a normalidade de práticas eróticas para uma vida sexual saudável, Freud utilizou como parâmetro a sexualidade infantil, que observou como ativa desde de tenra idade, embora ainda não relacionada com os órgãos genitais. Freud considerou que na infância há uma sensação de parcialidade no corpo e que só depois é feita a unidade egóica e recalcados esses impulsos sexuais primordiais. Resumidamente, a Freud destaca que as pulsões sexuais infantis surgem apoiadas em instintos biológico, como a necessidade de alimentar-se e evacuar fezes, mas logo a criança descobre as atividades corporais como fontes de prazer e já não tem uma relação unicamente biológica com elas. Ao substituir o seio materno, fonte de alimento e prazer, pelo dedo polegar, é evidente que o objetivo é puramente obter prazer. Neste sentido, crianças e perventidos se aproximam: ambos praticam atividades de prazer corporal sem nenhum compromisso com  a reprodução.  O que Freud ressalta, no entanto, é que o erotismo, e o uso do corpo unicamente como fonte de prazer é um dado constitutivo do ser humano e que não por isso o sexo deve ser considerado pervertido ou impróprio. 
 
  
 
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