Barreiras encefálicas
(ELLEN LORENA)
As barreiras encefálicas são dispositivos que impedem ou dificultam a passagem de substâncias do sangue para o tecido nervoso, do sangue para o líquor e do líquor para o tecido nervoso. A concepção de que os capilares do sistema nervoso central apresentavam uma permeabilidade diferente dos demais, foi comprovada através de experimentos realizados no século XX.O corante azul-tripan injetado endovenosamente, aparece nos espaços extravasculares de todos os tecidos,exceto nos do tecido nervoso, indicando que estes corantes não atravessam a parede dos capilares cerebrais.Mas quando o mesmo era injetado no líquor,notava-se coloração do tecido nervoso cerebral.Observou-se também que toxinas e outras substâncias que eram injetadas no líquor, causavam danos maiores, do que se as mesmas fossem injetadas endovenosamente, e em doses superiores às que foram ministradas no líquor.A partir destes experimentos, foi possível então, a comprovação da existência de uma barreira hemoencefálica, entre o sangue e o tecido nervoso.A utilização do termo encefálico é impróprio,pois o fenômeno refere-se à passagem de substâncias parta o tecido nervoso.A barreira hemoencefálica, mostra-se fundamental na regulação da passagem de substâncias necessárias aos neurônios e também no impedimento de trasporte de medicamentos, drogas e outras substâncias tóxicas ao tecido nervoso.Esta barreira atua de maneira a não permitir que neurotransmissores, presentes na corrente sanguínea, como ( noradrenalina,adrenalina e acetilcolina), atinjam aréas do cérebro.Principalmente a adrenalina, que em momentos de alteração do estado emocional,pode ser encontrada em taxas elevadas na corrente sanguínea, e esta se não fosse barrada,poderia interferir no perfeito funcionamento do cérebro. Além da barreira hemoencefálica, existe ainda a barreira líquorencefálica (entre o líquor e o tecido nervoso) e a barreira hemoliquórica (entre sangue e líquor).Cada uma destas apresentando permeabilidades e graus distintos de eficácia, à penetração de substâncias que são tóxicas ao sistema nervoso.Assim, se as barreiras hemoencefálicas e liquorencefálica forem comparadas,em relação ao grau de eficiência na proteção do tecido nervos, perceberemos que a liquorencefálica é mais fraca, explicando preferência pela mesma, quando se deseja aplicar medicamentos que necessitem entrar em contato imediato com o sistema nervoso. Sendo vantajoso a aplicação dos mesmos no líquor e não endovenosamente.Outros estudos realizados permitiram ainda as seguintes comprovações, a respeito da barreira hemoencefálica, primeiramente foi descrito que a mesma não é encontrada em todas as aréas do encéfalo, pois em certas regiões existe coloração ao se injetar em cobaias, o corante azul-de tripan. Ainda foi observado que em certos locais existe uma coloração mais intensa do que em outros, comprovando assim, os diferentes níveis de permeabilidade existentes dentro da própria barreira.Além disto,fatores como infecções e traumatismos, podem colocar em risco, a integridade parcial ou total da barreira.Estudos mostram também quedurante o desenvolvimento fetal e no recém nascido, a barreira hemoencefa´lica é mais fraca,permitindo assim que ocorra passagem de um maior número de substâncias.E o que ocorre em crianças que nascem com eritroblastose fetal, nestas existe passagem de bilirrubina, presente no sangue em taxa elevada, para o sistema nervoso,a mesma possui ação tóxica sobre o mesmo, gerando um quadro de icterícia com manifestações neurológicas, conhecidas como Kernicturus.Quanto a localização da barreira hemoencefálica existe ainda discussão, sendo dois os oossíveis locais nos quais podemos encontra-las: no neurópilo(espaço entre sistema nervoso central, entre vasos e corpos de neurônios) e no capilar cerebral(formado pelo endótelio e por uma fina lâmina basal),sendo que neste último seria.
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