Mater et Magistra
(João XXIII)
Esse documento foi autoria de João XXIII,sem dúvida umas das maiores personalidades do século passado, e foi publicado em 15 de maio de 1961 na comemoração de 70 anos da famosa Rerum Novarum .Na época , logo após a II Segunda Guerra Mundial ,o mundo passava por grandes modificações.A passo que a economia e a industria se fortaleciam as diferenças sociais aumentavam. Essa Encíclica é dividida basicamente em três partes: no começo relembra as famosas Encíclicas Rerum Novarum e Quadragésimo Anno e as Radiomensagens de Pio XII. Em seguida discorre sobre atualizações conceituais e doutrinárias sobre o salário dos trabalhadores, organização das empresas e a importância da propriedade privada.Na última parte aborda novos aspectos econômicos e sociais como: a questão da agricultura, o êxodo rural, o regime fiscal, a situação demográfica e a disparidade de riquezas entre os diversos países e entre as regiões internas aos países. A Encíclica Quadragésimo Anno comemora os quarenta anos da famosa Rerum Novarum, confirmando os princípios fundamentais dessa Encíclica leonina. Pio XI afirma que a Igreja tem uma contribuição insubstituível para a feliz solução dos problemas sociais, reafirma a propriedade privada, defende salários justos e suavização do contrato de trabalho com elementos tomados do contrato de sociedade. Ele também declara a oposição entre o cristianismo e o comunismo salientando que este ultimo foi construído sob uma concepção de vida fechada no temporal, visando a produção como objetivo principal e desconsiderando o bem estar do ser humano. No dia primeiro de junho de 1941, Pio XII transmitiu uma radiomensagem para lembrar o qüinquagésimo aniversário da imortal Encíclica Rerum Novarum. Nessa transmissão, além dos velhos ensinamentos da encíclica leonina, Pio XII confirma que o trabalho é simultaneamente um dever e um direito de todos os homens, portanto corresponde aos homens primeiramente regular as relações mútuas do trabalho. Defende também, o direito da família de emigrar baseando-se na afirmação de que a propriedade privada dos bens materiais é o espaço vital da família e é o meio que o pai de família possui para cuidar dos seus. A questão salarial é enfatizada na Mater et Magistra. Essa questão é tratada pela Igreja como uma necessidade que os trabalhadores tem para proporcionar um nível de vida verdadeiramente humano e que lhes permitam enfrentrar com dignidade as responsabilidades familiares. Na sociedade atual, temos a valorização dos trabalhos intelectuais e em contrapartida uma desvalorização do trabalho manual. Com isso, surge a má remuneração de alguns cargos que muitas vezes exigem do trabalhador a mesma dedicação que outros, que por sua vez, são muito melhor remunerados. Nesta sociedade atual, a mão de obra que, executava tarefas manuais como a prática agrícola, desloca-se para as cidades afim de obter melhores salários e melhores condições de vida. Esses trabalhadores possuem uma idéia incoerente pois, para eles a cidade é uma lugar que proporciona rápido enriquecimento e um maior acesso a tecnologia. Tal deslocamento de pessoas, conhecido como êxodo rural, proporciona uma depreciação do campo, o que é um desperdício já que as atividades agrícolas são de grande importância para a economia dos países. Para resolver questões como a do êxodo rural, é indispensável que exista um empenho, sobretudo por parte dos poderes públicos, para que estes provoquem o desenvolvimento de estradas, água potável, alojamento, formação profissional e outros. O que melhoraria as condições de vida no campo. Caso falte algum desses serviços, o desenvolvimento econômico e social, torna-se quase impossível ou muito lento. Para atingir um progresso econômico harmonioso entre todos os setores produtivos, precisa-se de uma política econômica hábil no campo agrícola, no que se refere ao regime fiscal, ao crédito, previdência social, defesa dos preços e etc. Para o desenvolvimento e o exercício normal de suas atividades, a agricultura não deve pagar juros elevados e nem juros habituais, é necessário uma política especial de crédito que assegure uma taxa razoável de juros. Dada a natureza dos produtos agrícola, é preciso aplicar-lhes uma disciplina eficaz na defesa dos preços através de políticas econômicas. Isto porque, os produtos agrícolas estão destinados a promover, antes de tudo, as necessidades primárias para sim tornar-se acessível a todos os consumidores. Nas zonas menos desenvolvidas é necessário que haja uma garantia de serviços públicos essenciais para a promoção de condições mínimas para uma existência digna.Para isso deve exercer-se um plano conjunto entre as nações para atingir um progresso gradual.É necessário ressaltar a importância da iniciativa particular em contribuir para que se estabeleça o equilíbrio econômico e social.Mais importante ainda é a necessidade de que os poderes públicos favoreçam e ajudem a iniciativa privada. Segundo a Igreja é essencial que haja uma diminuição das distancias econômicas, as potencias desenvolvidas deveriam fornecer auxílio aos paises menos afortunados. Ao colocarem esse auxilio em prática as nações desenvolvidas devem tomar cuidado para que não ocorra uma sobreposição de sua própria imagem através daquela obra ou o aproveitamento da cooperação técnica e financeira para que com isso influenciem a situação política da comunidade. Os homens e por conseqüência os Estados temem-se uns aos outros ,por isso organizam suas próprias defesas e armam-se para assim dissuadir o agressor hipotético de algum ataque efetivo.A confiança recíproca entre os homens e os Estados só pode nascer e consolidar-se através do reconhecimento e do respeito da ordem moral.E para a Igreja essa ordem não existe sem Deus. O fato de uma Igreja estar estabelecida entre um povo é sempre benéfico no campo econômico e social.
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