DEMÓSTENES - PARTE II
(Jose Augusto)
DEMÓSTENES – PARTE II
Lá pelo fim do ano de 340, os acontecimentos precipitaram-se, e a guerra foi declarada. Após várias vicissitudes, em 338, efetuou-se a batalha decisiva: em Queronéia, Atenienses e Tebanos foram derrotados. Atenas teve mil mortos e dois mil prisioneiros, e Demóstenes, que participara do combate, estava entre os que se retiraram. Atenas resolve a lutar até ao extremo, mas Filipe, que se preparava para a guerra contra os Persas, preferiu tratar a paz. O partido dos Atenienses favorável aos Macedônicos aproveitou-se da situação para atacar Demóstenes. Muitas acusações foram lançadas contra ele, mas de nada valeram para diminuí-lo aos olhos do povo, que até lhe testemunhou sua aprovação, escolhendo-o orador para pronunciar a oração fúnebre em hora dos que tombaram em Queronéia. Mais tarde, um cidadão propôs que Demóstenes fosse coroado, como reconhecimento de quanto fizera, com seus discursos e aos seus atos, para o bem do povo ateniense. Mas os seus adversários atacaram-no ainda, e ele teve que defender-se com um soberbo discurso intitulado Pela coroa. Entrementes, Filipe, em 336, morreu. Mas, logo depois, Atenas teve que sofrer o forte jugo do jovem Alexandre, que consolidou o domínio macedônico. Também Demóstenes, que demonstrava muito abertamente sua alegria pela morte de Filipe, arriscando ser entregue às mãos de Alexandre, tornara-se mais prudente, granjeando, com isso, o rancor até dos seus amigos mais extremados.
Em 324, um novo duríssimo ataque foi dirigido contra
Demóstenes, envolvendo-o num escândalo. Harpalo, amigo de influência de Alexandre e ministro das finanças macedônico, desertou, com uma frota e com ingente quantia de dinheiro, pedindo refúgio político a Atenas. Alguns pensaram em uma boa ocasião para rebelar-se contra os Macedônicos, mas Demóstenes, mais prudente, recebeu Harpalo como simples cidadão, depois que ele abandonara a frota. Quando os Macedônicos pediram a entrega de Harpalo, decretou que este fosse preso e, o tesouro, depositado na Acrópole.
Depois, Harpalo fugiu e o dinheiro depositado resultou como sendo apenas a metade da soma anteriormente declarada. Começou a correr a voz de que os talentos depositados tivessem ido para nas mãos de alguém, e Demóstenes solicitou um inquérito quanto ao paradeiro da outra metade do tesouro. O Areópago conduziu um inquérito com muita lentidão.
Quando, finalmente, foi publicado o relatório, surgiu uma relação de pessoas acusadas de se haverem apropriado
dos fundos e, entre elas, figura Demóstenes, que foi
encarcerado. Mas ele conseguiu fugir e seguiu, num voluntário exílio, para Egina e daí para Trezene. Poucos meses depois, em 323, chegou a notícia da inesperada morte de Alexandre. Demóstenes foi chamado de novo para Atenas, onde foi recebido solenemente pelos magistrados e pelos sacerdotes e plenamente reabilitado.
Esperava-se que a Grécia pudesse então, readquirir sua
liberdade e iniciou-se uma campanha contra as Macedônicos, que eram comandados por Antípatro, um dos generais de Alexandre.
Os Atenienses forma derrotados e Antípatro exigiu rendição incondicional e a entrega daqueles que, com suas palavras, haviam incitado o povo à sua última tentavia parra a liberdade. Demóstenes foi condenado à morte em
contumácia e, em outubro de 322, fugiu para a ilha de
Galauria, refugiando-se no templo de Posseidon. Um Macedônio foi incumbido de apoderar-se dele, e apresentou-se ao templo com uma companhia de soldados trácios. Não ousou, porém, violar a santidade do lugar, consagrado ao deus do mar. Gritou a Demóstenes para que saísse, prometendo-lhe a clemência de Antíparo, caso se entregasse. Demóstenes respondeu desdenhosamente ao pedido. Segundo a tradição, esboçou o gesto de escrever uma carta aos seus amigos e, levando a pena à boca, sorveu o veneno nela contido, caindo logo morto aos pés do altar.
Demóstenes foi, primeiramente, sepultado em Calauria, mas, quarenta anos mais tarde, foram-lhe prestadas, em Atenas, honras oficiais: o título de benfeitor e uma estátua de bronze, em cuja base foi gravada a famosa legenda: “Se tua força, ó Demóstenes, tivesse sido igual ao teu empenho, a Grécia jamais se teria dobrado ante os conquistadores”.
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