Quincas Borba
(Machado de Assis)
“Quincas Borba” é um livro escrito para provar que o cachorro é o melhor amigo do homem. Começa com a chegada de Rubião, que vem de Barbacena, MG, para o Rio de Janeiro. Era um professor – o que ontem como hoje é sinônimo de pobretão – que tinha recebido uma herança de um amigo louco. Ganhou uma fortuna com a condição de cuidar do cachorro, que tinha o mesmo nome do amigo, Quincas Borba. Aliás, não se sabe se o livro se chama “Quincas Borba” por causa do amigo ou do cachorro. O amigo foi o responsável pela mudança fenomenal que se operou na vida de Rubião. O cachorro foi quem o acompanhou até o fim. Mas já estou contando o fim da história. Rubião chega ao Rio sonhando com Sofia. É uma deusa no céu, brilhando entre as estrelas. Rubião está justamente olhando o Cruzeiro do Sul que a bela Sofia não quis fitar. Sofia, outra dissimulada, como Capitu. Machado de Assis é o mestre da dissimulação, ou melhor, da pintura de mulheres dissimuladas, falsas, que num passe de mágica fazem o homem de bobo. Pois Sofia somente fingia que conquistava Rubião. Dava-lhe trela e puxava-o pelo cabresto, conduzindo-o como um cordeirinho para o matadouro. Nem falei que o conduzia com um burro, porque o burro empaca, escoiceia, de burro só tem o nome. Rubião era um cordeirinho babando aos pés da encantadora Sofia. Ela estava mancomunada com o marido, o Palha, para surripiar todo o dinheiro de Rubião. Não deu outra. Rubião ficou na miséria, abandonado por Deus e o mundo. Para cúmulo dos pesares, ou para não sentir tanto os pesares, enlouqueceu. Quincas Borba, que lhe deixara a fortuna, enlouqueceu porque era um gênio e tanta inteligência não coube na cabeça dele, explodiu. Rubião enlouqueceu por amor, o que costuma acontecer com os homens. Machado de Assis é especialista também em contar histórias de loucos. É como se ele tivesse medo de também ficar louco, já que era epiléptico e na época achavam que a epilepsia estava ligada à loucura. E a história acaba com Rubião na rua da amargura, a molecada correndo-lhe atrás, apupando a sua loucura, até o menininho de quem um dia ele salvara a vida. Rubião, louco, cinge uma coroa que só ele via, e, depois de dois minutos de agonia e um trejeito horrível, morre. O cachorro adoeceu também e, chorando a morte do dono, morreu. O autor reluta em dizer que deu o nome ao livro em homenagem ao cachorro. Não quer dar na cara o tema da obra: o cachorro é o melhor amigo do homem. Todos desprezam Rubião, somente o cachorro Quincas Borba permanece-lhe fiel até à morte.
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