FREDERICO CHOPIN - PARTE I
(Jose Augusto)
FREDERICO CHOPIN – PARTE I
Frederico Francisco Chopin nasceu nos arredores de Varsóvia, em 22 de fevereiro de 1810. O pai, Nicolau francês de origem, apesar de correr-lhe nas veias sangue polonês, era preceptor e ensinava francês no Ginásio de Varsóvia. Sua mãe era uma mulher meiga, culta, laboriosa, dotada de ótimo talento musical. A paz e a felicidade reinavam na família Chopin e, nessa atmosfera, Frederico cresceu, circundado de afeto, educado no amor e na concórdia, tanto que, nos anos sucessivos, pensando em seus entes queridos e na sua infância feliz, reencontrava, na simplicidade daquela vida, a beleza dos mais nobres sentimentos. Sendo, então, grácil e de saúde delicada, todos os mais assíduos cuidados e atenções eram pelos pais, a ele dirigidos.
Nos primeiros anos de sua meninice, Chopin não revelou engenho precoce nem especial queda para a música, que lhe prenunciassem a fama e a glória futuras.
Todavia, a idade de seis anos, iniciou os estudos musicais sob a direção do maestro Zivny, de origem boêmia, que era um apaixonado estudioso da escola clássica alemã e de Sebastião Bach em particular.
Frederico seguiu espontaneamente os desejos da família, dedicando-se, com empenho, ao estudo da música. Seus genitores, na verdade,não tinham grandes planos a seu respeito, mas o exortaram a iniciar a carreira com seriedade e consciência, porque, se aspirasse a ser um hábil mestre de música, somente se tornaria cumprindo diligentemente o próprio dever. Frederico desenvolveu, com entusiasmo, sua tendência artística, tanto que, aos nove anos, estreava, como pianista, em um concerto de beneficência. Na cidade de Varsóvia, bem cedo se difundiu a fama do pequeno artista, e ele facilmente pode introduzir-se no ambiente aristocrático, graças, sobretudo, à benévola proteção do príncipe Radziwill, que era um valoroso compositor, amante de encorajar os jovens artistas e, quando lhes percebia marcantes qualidades, punha à disposição desses privilegiados rapazes os recursos econômicos necessários para que pudessem melhor cuidar de sua vocação. A família Chopin vivia em grandes aperturas financeiras e o príncipe Radziwil ofereceu-se, generosamente, para que Frederico freqüentasse o Conservatório de Varsóvia. O rapaz aceitou com verdadeira alegria a possibilidade de realizar um curso de aperfeiçoamento nas composições.
Entregue, portanto, aos amorosos cuidados do maestro José Elsner, que era, então, diretor do instituto musical, Chopin tentou suas composições. Ainda adolescente, tornara-se o ídolo dos saraus e suas melodias sabiam comover o coração dos ouvintes. O próprio príncipe Radziwill introduziu-o no ambiente aristocrático, fazendo-o, freqüentemente, participar das reuniões e dos passeios, ao campo, dos amigos. Além disso, Frederico era grandemente estimado pelos demais alunos do Conservatório, entre os quais contava numerosos amigos, que lhe admiravam o caráter dócil. De fato, possuía maneiras finas e delicadas e por isso as famílias dos colegas disputavam-no durante os períodos de férias, hospedando-o em suas suntuosas mansões e proporcionando-lhe uma vida brilhante e faustosa. Terminados os estudos de harmonia, Frederico efetuou, cerca de 1828, uma viagem através de algumas cidades da Áustria, demorando-se especialmente em Viena, aonde retornou, no ano seguinte, a fim de executar alguns concertos, ale permanecendo durante mais de dez meses. Não lhe foi difícil contrair amizade com Malfatti, médico do Imperador, que o introduziu no ambiente da alta sociedade, onde Chopin pôde travar conhecimento com numerosas personalidades do mundo artístico e literário.
Mesmo vivendo distante da pátria, seguia-lhe, magoado, as tristes vicissitudes: a Polônia, na guerra contra os Russos, perdera a independência. Chopin exprimiu sues sentimentos nas Polonaises, que contêm a poesia e a força dos hinos patrióticos, e afastou-se das leves composições dos primeiros concertos de sua adolescência. O artista compunha-as com umúnico objetivo: exalçar as virtudes do povo polonês, celebrar os ânimos fortes e valentes que seus compatriotas tinham revelado nas horas mais desesperadas de suas vidas. As “Polonaises” têm, portanto, um caráter puramente nacional: ecoam como hinos de guerra, repletos de ribombos e epicidade. Após algumas desilusões artísticas, Chopin sofreu uma terrível excitação de nervos e teve que submeter-se aos cuidados do amigo Malfatti. Quando, depois, a cólera se difundiu em toda Viena, ali levado pelos soldados poloneses, Frederico resolveu deixar essa cidade e ir para Londres, realizando, assim, um desejo que de há muito alimentava. Mas antes fez uma parada em Paris, com o propósito de demorar-se ali apenas alguns dias. Na capital francesa, encontrou o ambiente e a atmosfera favorável ao seu talento artístico, entusiasmou-se com a cidade e, mudando de programa, ficou definitivamente em Paris, considerando-a, quase, como uma sua segunda pátria. Os exilados poloneses que ali se encontravam ofereceram-lhe, logo, uma atenciosa acolhida, tributando-lhe merecidas honras, talvez para celebrar, na arte desse gênio musical, a glória da própria Polônia. Os concertos organizados em Paris deram-lhe, logo, grande notoriedade e os maiores engenhos da arte e da ciência que ali viviam tornaram-se seus amigo e admiradores. Entre as famílias dos Poloneses refugiados em Paris, após a Revolução, ele freqüentava, especialmente, a casa dos Wodzinski, como professor da adolescente Maria, à qual Chopin, se afeiçoou, dedicando-lhe grande ternura, intensamente correspondida. Esse foi um período feliz para a vida do artista, ou melhor, mais ativo, pois numerosas são suas composições daqueles anos.
Continua....
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