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MEDITAÇÃO Meditar é estar inteiro no que estiver fazendo. Este ensinamento Budista mostra que o estado meditativo pode ser alcançado pelo Matemático quando se empenha inteiramente na formulação da lei ou na elaboração de fórmula resolutiva; pelo Físico quando está inteiramente voltado para a identificação de um novo estado da matéria; pelo Economista durante a análise conjuntural que o leve à formulação de medidas capazes de fazer frente à grave crise porque passa a sociedade; pelo Professor na hora de planejar sua aula de modo a criar condições para que os alunos aprendam; pelo religioso fervoroso quando se entrega à sua prece com toda a sua energia e total devoção; pelo homem inculto, de trabalho rudimentar, quando o barco que conduz desliza rio abaixo; pelo lavrador no amanho da terra quando sua ação está totalmente voltada para não deixar passar a menor impureza e assim por diante. Sendo assim, não é preciso deixar de fazer as coisas do nosso dia a dia para meditar e a meditação não é um privilégio dos Monges nem carece de condições especiais para se realizar. Poder-se-ia indagar: basta meditar para transcender a matéria e entrar no plano absoluto? A meditação por si só não leva ao plano absoluto, mas ela cria condições para que o Espírito se desvincule do corpo temporariamente e se desloque ao plano absoluto. Isto acontece de modo progressivo, sendo de destacar que a fase inicial do processo meditativo acontece na dualidade: uma parte de você formula os questionamentos e outra parte de você mesmo oferece as respostas. Nesta fase, acessa o conhecimento armazenado no nível consciente. Por exemplo, se você, quando criança, esteve presente a um debate altamente científico, sem que tivesse condições de compreender nada do que se falava e até mesmo se estivesse totalmente abstraído do contexto, nesta fase da meditação, poderia acessar o conhecimento ali apresentado e até compreendê-lo. Com a evolução do processo meditativo, a mente vai alcançando um estado de quietude mais profundo, tornando-se apta a acessar conhecimentos armazenados no inconsciente. Assim, se foi Médico, Sacerdote, Homicida, Astrônomo, Rabino, Ladrão, Filósofo, Mendigo, Príncipe, Escravo, Guerreiro, Sadu Indiano, etc. todo o conhecimento adquirido formalmente, mais as deduções e conclusões pessoais, poderão ser acessadas neste estágio meditativo. A partir deste momento vai sentindo uma progressiva integração consigo mesmo, já agora no âmbito da dualidade Matéria / Espírito. Nesta condição, todos os conflitos interiores cessam e a mente atinge a mais profunda quietude, criando condições para expressar o conhecimento obtido no plano absoluto e vivenciando a plenitude em que passado presente e futuro se traduzem por eternidade. Cabe indagar: como se dá a transferência do conhecimento adquirido no plano absoluto para o planorelativo? Ao sair do corpo e se deslocar a outras dimensões, estejam elas no plano absoluto da existência ou no plano relativo (Cientistas que, tendo desenvolvido ao máximo sua capacidade de compreensão racional e lógico-formal, penetram no mundo da genialidade, por exemplo) o Espírito leva consigo a porção de natureza não material da consciência humana. Esta é quem transmite o conhecimento adquirido à porção de natureza material da mesma consciência humana, onde pode ser acessado pela faculdade racional do homem. A partir deste ponto o conhecimento fica exposto ao risco de deturpações e desvios da autenticidade; isto porque quando a razão lógica decodifica o conhecimento, o impregna das suas deficiências e limitações de compreender; ao passá-lo para outras pessoas, o faz do modo como o compreendeu e quem recebe a informação, por sua vez, também a entende da forma como for capaz, não necessariamente daforma como foi passada pelo transmissor. Se um texto oferecido para leitura for muito antigo e tiver sido escrito em outro idioma, tendo passado por diversas traduções, aí é que o risco de ter-se desviado da verdade original atinge proporções preocupantes. Diante disso, como acreditar nos textos escritos pelas religiões e filosofias que sustentam que existe algo “além da vida”,se estes relatos foram trazidos ao nosso conhecimento por um processo material, racional e, portanto, sujeito a deturpações e desvios da verdade? A maior parte do conhecimento produzido pelo homem o foi de forma racional, lógica, comparativa; mas alguns acessaram o plano absoluto e obtiveram o conhecimento proveniente desta origem. Fato é que os textos religiosos da nossa civilização, textos bíblicos, estão recheados de conhecimentos trazidos do plano absoluto da existência (de um plano que transcende a capacidade intelectual humana de conceber). Mas também é fato que aquele que transmitiu o conhecimento trazido do plano absoluto, em momentos outros pode transmitir conhecimentos obtidos no plano relativo, sem que isso signifique algum demérito ou descrédito. Porém, incorremos todos no gravíssimo erro de atribuir procedência semelhante a tudo que foi produzido por aquele que, em algum momento especialíssimo, logrou trazer verdades absolutas para o conhecimento da humanidade. O erro não está em quem trouxe o conhecimento e sim nos consumidores do mesmo, que atribuem ao conhecimento relativo uma procedência absoluta, e aceitam como verdades perenes e definitivas meras concepções casuístas, circunstanciais, próprias de uma existência numa época histórica; isto sem contar as deturpações do conhecimento original produzidas por ignorância ou conveniência, ou ainda por sucessivas traduções do texto original. Portanto, seria equivocado negar procedência transcendental a alguns dos conhecimentos proféticos, mas é igualmente perigoso e equivocado dizer que todo o conhecimento que o Profeta produziu provém de fonte transcendental e absoluta.
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