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O sentimento da natureza em Kant, na Crítica da Faculdade de Julgar - VI
(Kant)

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O belo, símbolo do bom. “Ora, na verdade concedo de bom grado que o interesse pelo belo da arte (entre o qual conto também o uso artificial das belezas da natureza para o adorno, por conseguinte para a vaidade), não fornece absolutamente nenhuma prova de uma maneira de pensar afeiçoada ao moralmente bom ou sequer inclinada a ele. Contrariamente porém afirmo que tomar um interesse imediato pela beleza da natureza (não simplesmente ter gosto para ajuizá-la) é sempre um sinal de uma alma boa; e que se este interesse é habitual e se liga de bom grado à contemplação da natureza, ele denota pelo menos uma disposição do ânimo favorável ao sentimento moral.”
Kant diz-nos que o juízo de gosto estético não é interessado, logo não julga nada sobre o bem da natureza. Ele julga sobre a beleza, sem qualquer interesse pelo dever ser das coisas. Diz-nos também que o juízo estético do sublime já denota um interesse: a saber, da faculdade da imaginação em captar o inimaginável e da consequente resistência do entendimento. Nesta luta de interesses ganha a razão, ou seja, o ânimo, quando se permite aceitar o inimaginável como concebível, isto é, como compreensível.
A razão estética compreende o poder e a incomensurabilidade da natureza, como uma força supra-sensível equiparável à do sujeito que a pensa. Desse modo, foi dado um passo daquilo que é para aquilo que é possível ser. O sentimento do sublime funciona assim como um móbil encorajador do sentimento moral, provando ao homem que é possível tornar-se no que ainda não é: um ser inteiramente compreendido na (sua) natureza.
Agora, só tem o sentimento do sublime o homem que está intelectualmente preparado para o ter (o mesmo se passará com o juízo de gosto estético, uma vez que Kant por diversas vezes alerta para a necessidade de exercício - o gosto treina-se). O homem inculto não terá um sentimento do sublime perante a visão dos Alpes, por exemplo: “Assim o bom camponês savoiano, aliás dotado de bom senso (como narra o Sr, de Saussurre), sem hesitar chamava loucos a todos os amantes das montanhas de gelo”.
Kant pressupõe quatro estádios para a possibilidade de uma analogia entre o estético e o bom: (1) O homem tem que estar receptivo à moralidade para que possa ter um “interesse imediato pelo belo”. (2) O belo da natureza é (para o homem intelectualmente preparado) objecto comum ao gosto e à moralidade. (3) A natureza é então admirada como arte, “por assim dizer intencionalmente, segundo uma ordenação conforme às leis [morais] e como conformidade a fins sem fim [estética] ”. (4) Através da admiração (contemplativa e intelectual – compreensiva) da natureza, o homem encontra em si mesmo o fim último da sua existência, “a saber o destino moral”.
Assim, a tarefa da moralização do homem (o último estádio necessário para o progresso da humanidade em natural conformidade a fins) caminhará a par do empreendimento de uma razão estética da relação do homem com a natureza.



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