NOS PASSOS DO PROFETA-LIÇÕES DA VIDA DE MAOMÉ
(Tariq Ramadan)
O escritor Tariq Ramadan é cidadão suíço, poliglota, filósofo com tese de doutorado sobre Nitzsche, residente na Grã Bretanha, pesquisador em Oxford, empenhado em forjar uma identidade européia para os mulçumanos que vivem no continente. Para uns, Ramadan é o construtor de ponte entre a ortodoxia mulçumana e a democracia secular, para outros, não passa de um ardiloso promotor do fanatismo religioso e, portanto, costuma ser atacado tanto por extremistas islâmicos, como pelo governo Bush, que lhe negou visto de entrada nos EUA. Agora, Tariq Ramadan apresenta uma biografia do profeta Maomé – In The Footsteps of The Profhet – Lessons from the Life of Muhannad com o propósito de mostrar sua relevância e suas lições nos dias de hoje. O escritor enfatiza a - humanidade - do Mensageiro de Deus, sem minar sua divindade. Dá aula tradicionalista de história e teologia, mas decepciona na tarefa que realmente interessa: relacionar Maomé com temas urgentes, como violência terrorista, tolerância religiosa e o papel da mulher na sociedade. O escritor que chegou a ser saudado pelo Washington Post, após 11 de setembro como o Lutero do islamismo, enfatiza que este novo livro sobre a vida do profeta Maomé não pretende revelar novos fatos ou oferecer reinterpretação original ou revolucionária, prefere acompanhar o profeta, um homem que, na sua narrativa, pregava humildade, tolerância e coexistência. Segue as pegadas de biografias de Maomé, baseadas em fontes clássicas do islamismo e vai da história oficial, cronológica e idílica, dos tempos bíblicos, passando pelos dias pacíficos de Maomé em Meca, ao estabelecimento do primeiro estado islâmico em Medina. Esclarece que – jihad – é uma forma de resistência e não de ataque ou sofreguidão para destruir. Entretanto, não existem explicações claras no livro de como o espírito tolerante de Maomé pode ser modernizado e como os mulçumanos de agora devem entender diversidade; não avança na questão se o islamismo deve aceitar outras fés monoteístas como visões alternativas de salvação; lembra que nos tempos do profeta as mulheres tinham pleno acesso à mesquita e falavam em público. Ramadan não atira pedras no livro e nos oferece essencialmente uma hagiografia de Maomé, com um esforço para despolitizar o islamismo, entretanto, onde está nele o debate desconfortável sobre as distorções da doutrina que fazem com que clérigos semiletrados e assassinos como Osama bin Laden tentem se apossar de uma religião? (resumo extraído de artigo de CAIO BLINDER chamado - Tariq Ramadan enfatiza a humanidade de Maomé - em matéria especial escrita para o jornal O Estado de São Paulo)
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