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Raízes do Brasil
(Sérgio Buarque de Holanda)

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No primeiro capitulo Sérgio Buarque trata do pioneirismo ibérico em relação às conquistas no ultramar e das conseqüências desse feito exercido por uma sociedade hierarquicamente dividida em privilégios. Sérgio Buarque critica a mentalidade tradicional da sociedade de privilégios, e atribui a aversão ao trabalho manual e mecânico a responsabilidade pela exploração indiscriminada da colônia ao invés da preferência pelo seu desenvolvimento. Na segunda parte, o autor faz uma distinção entre dois tipos de personalidades, os trabalhadores e os aventureiros, aonde nesse último aspecto se encaixa o perfil do colonizador português.Segundo Sérgio Buarque, o fato de ser o português um povo voltado às aventuras que aqui representavam os descobrimentos, estavam mais interessados nas conquistas propriamente ditas do que nos frutos em forma de trabalho que a colônia viria a oferecer.O espírito de aventura pode ter beneficiado o português que se adaptou melhor aos trópicos, em oposição ao holandês, por exemplo, cujo autor aponta o malogro, porém a adversidade ao trabalho somada às necessidades de uma sociedade rural estabelecida foi fator primordial para a introdução do trabalho escravo nas lavouras. O orgulho de raça é inexistente no povo português, que segundo Sérgio Buarque é um povo mestiço, e já na altura do descobrimento se encontrava miscigenado não só aos árabes, mas também com escravos negros, que na metrópole desenvolviam trabalhos domésticos.
A importância da cidade é retomada no quarto capítulo para agora evidenciar uma importante comparação que Sérgio Buarque irá fazer entre o português e o espanhol.Ao espanhol chamado de ladrilhador interessou mais o interior, talvez pelo precoce descobrimento de metais precioso, o que levou à fixação de cidades em detrimento das fazendas portuguesas que se atrelavam ao litoral e se espalhavam verticalmente pela colônia, sendo assim semeadores.A fundação das cidades teria sido um esforço da administração colonial, como um instrumento de centralização do poder, uma tentativa de tornar mais presente as autoridades, por via de aumento da quantidade de impostos, por exemplo.(p.103)No quinto ponto, o autor continua falando sobre as relações sociais e sua superficialidade, exceto nas relações familiares, o que caracterizou o paternalismo que era típico em sociedades rurais. Sérgio Buarque afirma que as relações do tipo patriarcais exercem uma educação rígida que ensina a criança a não desrespeitar as leis e ordens dois pais, o que levaria a uma inércia na capacidade de transgredir e por conseqüência evoluir (p144).
Quando Sérgio Buarque cria o mito do homem cordial, afirma que a hospitalidade, generosidade, e a lhaneza no trato representam um traço do caráter brasileiro (p146), mas que essas características não estariam ligadas à civilidade, mas sim seriam atribuídas a um fundo emotivo transbordante.
Nesse capítulo sexto, o autor vai tratar da influência das características relatadas nos outros capítulos sobre a sociedade brasileira a partir da chegada da família real. Sérgio Buarque vai continuar tratando das relações de aparência nesse capitulo, agora no âmbito da intelectualidade, o que ele chama de saber aparente, que seria o saber apenas sem uso prático e objetivo.Também a valorização das profissões liberais teria sido causada pela decadência das classes agrárias dominantes. Uma mudança, ou rompimento com a ordem tradicional viria a acontecer segundo o autor, com o evento da transferência da família real ao Brasil em 1808, trazendo certa modernização e ameaçando o patriarcalismo rural.
Porem, a crença apenas nas idéias, e voltada ao desenvolvimento de um raciocínio de aparência, uma falsa inteligência que conduziria a sociedade a uma espécie de alfabetização que não viria acompanhada de um maior desenvolvimento.(p.166)No sétimo e ultimo capitulo do livro, o autor marca a data da abolição como fim do predomínio agrário, o inicio de uma lenta revolução que estaria ligada ao afastamento do que ele nomeia de iberismo que estaria ligado ao agrarismo. Na conclusão do autor, a criação da identidade nacional está vinculada ao “aniquilamento das raízes ibéricas de nossa cultura para a inauguração de um estilo novo” (p172), e a passagem da sociedade açucareira para cafeeira também representou a mudança do pensamento conservador, antigo, para o liberal, moderno, e também a passagem da cidade para centro econômico em detrimento do campo.Sérgio Buarque acreditava que a nossa revolução estaria ligada ao distanciamento de um passado arcaizante e dominador representado pela colonização e ao desaparecimento das oligarquias, concentradoras de renda. O distanciamento do passado seria conseguido através da “revogação da velha ordem colonial e patriarcal, com todas as conseqüências morais, sociais e políticas que ela acarretou e continua a acarretar” (p180).Tratando dos ideais da sociedade, o autor afirma que o modelo ideário arcaico implantado anteriormente, após a independência tentou ser substituído pelo modelo importado em parte das idéias da revolução francesa, o que teria sido problemático mais uma vez, causando apenas uma mudança de aparato, e não de substancia.(p179)Chegando à sua época, Sergio Buarque vai relacionar a evolução das idéias políticas com a antítese entre o caudilhismo e o liberalismo, e o fortalecimento do personalismo, o que seria fator destrutivo à coesão da sociedade.Ele diz: “na tão malsinada primazia das conveniências particulares sobre os interesses de ordem coletiva revela-se nitidamente o predomínio do elemento emotivo sobre o racional” (p.182) e particularizaria inclusive a própria noção de solidariedade.



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