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A Hora da Estrela - Parte 1/5
(Clarive Lispector)

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Introdução A hora da autora O livro A Hora da Estrela” começa a criar dúvidas na cabeça do leitor, a partir do momento que coloca em suas primeira páginas, uma enorme lista com possíveis nomes para o romance. O leitor já entra no texto avisado que não terá uma tarefa fácil para descobrir o que Clarice Lispector está pretendendo com sua derradeira obra. Desde as primeiras leituras, mostra-se uma certa confusão da autora em como e o que escrever nesse livro e, a impressão que temos, é de que não seria proposital: “Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever. Como começar pelo início, se as coisas acontecem antes de acontecer? Se antes da pré-pré-história já havia os monstros apocalípticos? Se essa história não existe, passará a existir. Pensar é um ato. Sentir é um fato. O dois juntos – sou eu que escrevo o que estou escrevendo.” (Pág. 11) A impressão que fica é que está em luta o tempo todo consigo mesma, por estar mudando sua forma de escrever e ao mesmo tempo colocando para fora seu íntimo, talvez suas mágoas e/ou desejos mais escondidos: “(...)A verdade é sempre um contato interior e inexplicável. A minha vida a mais verdadeira é irreconhecível, extremamente interior e não tem uma só palavra que a signifique. Meu coração se esvaziou de todo desejo e reduz-se ao próprio último ou primeiro pulsar(...)” (Pág. 11) Para tanto, se “traveste” em um narrador/personagem masculino. “(...)Eu Rodrigo S.M. Relato antigo, este, pois não quero ser modernoso e inventar modismos à guisa de originalidade. Assim é que experimentei contra os meus hábitos uma história com começo, meio e “gran finale” seguido de silêncio e de chuva caindo”. (Pág. 13) Pelo desenrolar da história a impressão é que a autora, sempre teve em seu âmago algo que muito a incomodava, que era escrever uma história engajada, sobre uma mulher que tinha tudo o que a sociedade rejeita. Talvez seja a sua própria história, em um passado distante (ou de alguém muito próximo), mas mostra que não queria partir da vida, sem deixar registrada; ou mesmo uma revolta com as injustiças sociais que nunca teve coragem de enfrentar de uma forma mais corajosa e denunciar: “O que escrevo é mais do que invenção, é minha obrigação contar sobre essa moça entre milhares delas. E dever meu, nem que seja de pouca arte, o de revelar a vida. Por que há direito ao grito. Então eu grito.” (Pág. 13) “(...)Também eu, de fracasso em fracasso, me reduzi a mim mas pelo menos quero encontrar o mundo e seu Deus.” (Pág. 18) “A classe alta me tem como um monstro esquisito, a média com desconfiança ede que eu possa desequilibra-la, a classe baixa, nunca vem a mim” (Pág. 19) “(...) Mas por que estou me sentido culpado? E procurando aliviar-me do peso de nada ter feito de concreto em beneficio da moça.(...)” (Pág. 23) São palavras muito fortes, na primeira pessoa, para terem sido somente sugestões e/ou idéias de um personagem/narrador. A impressão que fica é que a autora está totalmente inserida no personagem e apenas o usa para dizer coisas que não seria capaz, por exemplo, em uma matéria jornalística, falando de suas idéias do mundo e de suas ideologias. E assim caminha nosso narrador/autora, (des)construindo uma personagem, que já nasce com todos os problemas sociais possíveis e imagináveis. Inclusive, percebe-se a vontade/não vontade de ter uma continuação na história que se dá, talvez, pela percepção da autora de que estaria deixando uma obra/testamento ou sua última obra, sendo uma experiência diferente em que caminha trôpega, truncada, sem saber exatamente onde iria desaguar, de que forma seria conduzida e como iria acabar. Assim, também estaremos conduzindo este trabalho, seguindo todos os passos e todos os caminhos percorridos pela autora em busca desse grito de alerta, dessa vontade de mostrar uma realidade que está incrustrada em nossa sociedade, porém poucas pessoas conseguem ver. (Continua)



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