Sushi
(Marian Keyes)
Lisa, editora da revista Femme, de Londres, estava certa de que seria transferida para a revista Manhattam, Nova Iorque. Tinha 29 anos, era vaidosa, arrogante, egoísta, estava na Femme há quatro anos, e pelo trabalho tinha feito enormes sacrifícios. Seu mundo desabou quando descobriu que, em vez de Nova Iorque, iria para Dublin, na Irlanda, como diretora da nova revista Garota. Seus amigos não ficaram inconsoláveis. Na verdade, não tinha amigos. Seus pais moravam longe e ela estava em pleno processo de divórcio de seu marido Oliver.
Enquanto isso, na Irlanda, Ashling, atrapalhada e sem cintura, perguntava a Ted, seu franzino amigo, que roupa cairia melhor para uma entrevista de emprego para o cargo de redatora-chefe na revista Garota da editora Randolph Media.
Durante a entrevista, Ashling foi apresentada a Jack Devine, diretor superintendente irlandês, homem alto, cabelos e olhos negros, desgrenhado e emburrado, que acabara de ter seu dedo mordido pela namorada Mai e estava sangrando. Socorrido por Ashling, que lhe pôs um curativo, ficou ainda mais emburrado e indisposto a contratá-la. Entretanto, seu chefe, Calvin, a julgou encantadora e, embora ela estivesse com batom nos dentes, pelo menos ela estava usando batom.
Clodagh acordou cedo, como sempre, com a batucada dos dois filhos e a certeza de que eles estavam fazendo a maior lambança. Deitado a seu lado, Dylan, seu marido, de quem ela se afastava com cuidado por não querer sexo de manhã. Nem à noite, pra falar a verdade. Ela era amiga de Ashling desde criança. Dylan foi um namorado roubado da amiga, mas sem ressentimentos. Ashling era incapaz disso. Alguns anos de casamento tornaram Clodagh uma mulher estressada e entediada, e com inveja da vida de solteira da amiga.
À noite, em seu apartamento, Ashling e sua amiga de baladas Joy, se preparavam para um show de comédia no qual Ted, aspirante a humorista, se apresentaria contando piadas de corujas.
Em seu 1º dia de trabalho, Lisa ficou mais chocada: a editora ocupava apenas um andar em vez dos 12 andares inteiros de Londres. Após descobrir que sua equipe contava com apenas 5 pessoas e que seu orçamento era pra lá de limitado, Lisa correu para o banheiro e desatou a chorar, sendo consolada por Ashling que, como sempre, estava a postos com o seu elixir de emergência e lenços.
Os dias foram passando normalmente, Lisa sendo insuportável com todos, principalmente com Ashling, de quem tinha raiva, ao mesmo tempo em que se sentia culpada por ter roubado uma de suas idéias numa das reuniões de criação da revista. Jack Devine continuava em sua tensa relação com Mai, nutria sentimentos estranhos por Ashling (a quem chamava de Srta Quebra Galho), mistura de raiva e vergonha, por fim, atormentava-se pelo fato de ter nascido em classe média, quando na verdade preferia ser um trabalhador braçal ganhando o pão de cada dia com o suor de seu rosto. Enfim, um homem atormentado. Ashling continuava com seus mesmos defeitos: namorando homens carentes e inseguros, neste caso o humorista Marcus Valentine.
Num episódio na hora do almoço na revista, Lisa encomendou sushi, e Jack a acompanhou no pedido. Tentando esquecer-se de Oliver, ela fazia o possível para atrair a atenção de Jack e, nesse dia, nutriu a esperança de que ele a convidasse para almoçar a portas fechadas na sala dele. Contudo, ele arrastou uma cadeira até a mesa dela e ali mesmo se serviu. Os dois comiam sob o olhar horrorizado de Ashling: “tem certeza que não quer experimentar?” perguntou Jack. Ashling sacudiu a cabeça e voltou ao seu misto-quente, com alívio, mas também com uma sensação de perda.
O tempo passou, a festa de inauguração da revista foi um verdadeiro sucesso e, no dia seguinte, Ashling descobriu por Dylan, que foi visitá-la no escritório, que Clodagh estava tendo um caso com seu namorado Marcus. Jack a levou para sua sala, a fim de reconfortá-la, e quando Lisa viu a fisionomia dele, com tamanha meiguice ao abraçar Ashling, compreendeu que aquele era caso perdido pra ela. Ashling saiu da sala e foi pra casa, ainda em choque. À noite, quando Lisa voltou para sua casa encontrou os papéis do pedido de divórcio. Ambas estavam tendo um colapso nervoso.
Lisa, com muita garra conseguiu enfiar a cara no trabalho. Ashling enfiou a cara na cama e parou de comer, tomar banho, etc. Jack foi visitá-la levando-lhe de presente sushi.
Com ajuda da mãe, do prozac e da terapia, Ashling conseguiu voltar a trabalhar.
Depois de tudo isso, as coisas entre ela e Jack começaram a esquentar e os convites para jantar eram cada vez mais freqüentes. Entre Marcus e Clodagh as coisas esfriavam depressa.
Enquanto isso, Lisa repensava seu futuro profissional. Deu-se conta de que não suportaria mais as pressões de dirigir uma revista, mas ainda gostava da frivolidade desse meio. Tomou a decisão de ser consultora. E entregou seu pedido de demissão a Jack.
Numa noite, Jack convidou Ashling para uma noite de Sushi&Salsa em sua casa. Enquanto dançavam, os dois se entregaram à paixão.
Lisa recebeu a notificação do divórcio. Ainda amava Oliver e ficou magoada. Mas admitiu que fora ela a culpada, e que essa dor a transformava em uma pessoa melhor, mais generosa e calma. À tarde, quando voltou ao apartamento, Oliver estava lá, pronto para reconquistá-la.
Clodagh tentou se reaproximar de Ashling, pedir seu perdão. Sem sucesso. Paciência, pensou, a vida continua.
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