A Vida Trágica de Van Gogh
(Irving Stone)
Irving Stone não é um grande biógrafo. Ele não fornece detalhes bibliográficos abundantes, ou nem mesmo finge, particularmente, séria sabedoria. Mas ele pesquisa. Stone é um bom contador de histórias. E as histórias que ele narra, seja sobre Jack london, ou sobre Schleimann, Michelangelo ou Freud sempre me distrairam e (sim) me enriqueceram. A biografia de Van Gogh e seu companheiro Theo, são narrativas particularmente comoventes deste grande e trágico pintor. Eu duvido que algum outro artista tenha se desesperado tão ou mais profundamente do que Vincent. Stone capta a empolgação dos momentos de alegria de Van Gogh, sempre seguidos de dias de desilusão e depressão. Van Gogh foi o protótipo do artista batalhador. Nem o animal mais repulsivo e errante merece passar pela penúria e negligência por que ele passou. Esta é uma das grandes ironias de Deus (Palhaço cósmico de Faulkner), que os trabalhos de Van Gogh são comprados por investidores japoneses e coleções de museus por milhões incontáveis, enquanto seu criador tenha descido ao último degrau de despero, morto por um tiro dado por ele mesmo em sua cabeça. Se você gostar deste livro o mesmo tanto que eu gostei, leia Querido Theo. Ele revela o extraordinário amor que os dois irmãos Van Gogh tinham um pelo outro. Theo era basicamente a único fonte de sustento de Vincent. Infelizmente, o próprio Theo estava vivendo no limite da pobreza, tinha uma família, e assim não podia dar muito a Vincent exceto por um pouco de dinheiro e uma grande quantidade de encorajamento moral. Ambos os livros são infinitamente tristes, apesar do aspecto redentor de que Vincent não viveu sua vida em vão, como pensava e o corpo de seu trabalho que sobreviveu (muitos foram pintados por cima – telas eram um luxo) é um testamento de sua genialidade
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