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HOMEM QUE ESTUPRA HOMEM
(VICENTE LUGOBONI)

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Este é um assunto ainda mais que tabu assumir a homossexualidade: homens que foram estuprados, em sua grande maioria, carregam o fardo para o resto da vida, sem nunca tocar no assunto. E o tabu aumenta mais quando os meios de comunicação levam o público à associar a imagem de estuprador de homens com o homossexual. Mas a realidade é que a quase a totalidade de homens que estupram homens ou meninos são heterossexual.
Além de todos os problemas enfrentados pelas mulheres quando são estupradas. Os homens que passam pela traumatizante experiência ainda têm que enfrentar outros fantasmas: eles sentem que sua masculinidade foi abalada. O próprio fato físico de que o homem estuprado pode ter uma ereção e até ejaculação durante o ato, leva a um questionamento sobre sua própria identidade sexual, achando que por este motivo é gay.
A vítima também pode se tornar um homofóbico, porque toda imagem que remeta ao seu trauma vai lhe causar repulsa. Sem atendimento psicológico ou apoio de grupos específicos, o homem estuprado pode desenvolver problemas profundos: alcoolismo e tentativas de suicídio são alguns dos resultados. O estuprador, por seu lado, é um ser neurótico que busca não a satisfação sexual, mas sim o poder, o controle sobre a situação e a humilhação do outro, que ele subjuga momentaneamente.
Não ter meios de ver seu caso retratado com sensibilidade se converte em novo problema. Um dos poucos filmes que falam a respeito do assunto, por exemplo, é Príncipe das Marés, onde o personagem principal, interpretado por Nick Nolte, só consegue se abrir em relação ao assunto com a psicóloga (Bárbara Streisand) da irmã, que tentou o suicídio. Ele e os irmãos foram estuprados ainda na infância por assaltantes que invadiram sua casa. No entanto, outro mito que cai por terra é justamente este: na maior parte dos casos, meninos e homens são estuprados por pessoas que eles conhecem e até familiares próximos.
Já no Brasil, o estupro de meninos e homens estão camuflados parece não existir. A legislação brasileira caracteriza o estupro como o ato de um homem violentar uma mulher. "O estupro, segundo a lei brasileira, é a conjunção carnal mediante violência ou grave ameaça contra a mulher. Conjunção carnal é cópula pêni-vaginal.
O agressor tem que ter pênis. A vítima tem que ter vagina. A cópula com outras partes do seu corpo descaracteriza o estupro. A violação anal, oral ou interfemural, por exemplo, não é estupro, mas atentado violento ao pudor. Além da vagina (em 1940 o Código Penal foi pleonástico), a vítima do estupro tem que ser mulher. Como não há estupro de homem, a violência sexual ficará sem punição. Remanescerá, neste caso apenas o constrangimento ilegal, que em comparação com o estupro e o atentado, tem pena simbólica.
Além disso, aqui no Brasil, só se fala do estupro de homens por outros homens em ambientes marginais, como as prisões. Nos Estados Unidos, as pesquisas indicam que hoje, mais de 10% dos casos de estupro têm homens como vítimas. Mas se na Grã-Bretanha, tão avançada, as estatísticas mostram pífios 342 casos anuais de homens estuprados, e estima-se que 90% dos casos não sejam relatados, imagine-se tocar no assunto aqui abaixo da linha do equador.



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