A MAGIA DA ECONOMIA
(Rubem Alves)
As operações econômicas executam milagres e fazem transubstanciações. Só que seus ritos sacramentais transformam todas as qualidades em quantidades, tudo o que é belo e bom em dinheiro, tudo o que é vida em abstração.
- Eu sou feio, mas posso comprar a mulher mais bonita para mim mesmo. Conseqüentemente, não sou feio. Sou detestável, destituído de honra e inescrupuloso. Mas o dinheiro é honrado, e também o seu possuidor. Sou estúpido, mas desde que o dinheiro é o fundamento de todas as coisas, como poderia ser estúpido o seu possuidor? Não é verdade, assim, que o dinheiro transforma todas as minhas incapacidades nos seus opostos?
(Karl Marx, Manuscritos de 1844, parágrafo XLI).
A economia não conhece florestas, sua beleza, seu fascínio e terror. Ela só sabe lidar com árvores abatidas, mortas, transformadas em madeira, madeira que significa dinheiro. Quando se pensa em armas vê-se campo de concentração, campos de batalha, campos de mortos, assassinatos, fuzilamentos, suicídios, ditaduras, mas no mundo ascético das cifras econômicas não circulam nem riscos e nem lágrimas. Tudo que é humano é reduzido à quantidade: lucro. E o comércio das armas se levanta como um dos mais lucrativos negócios em que se pode entrar. Os índios, os meninos, os marginais com fome, alguma mulher grávida de pai desaparecido, os migrantes debaixo das pontes, os velhinhos de mão trêmula, que valem eles para a economia? Nada, absolutamente nada. (Rubem Alves-Gestação Para o Futuro – parte I)
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