A Medicina Revela a Mulher de Verdade
(Karina Pastore e Paula Neiva)
“O homem era um ser humano ligado a um par de testículos e a mulher, por sua vez, um par de ovários ligado a um ser humano”, definição segundo o antropólogo e anatomista alemão Rudolf Virchow (1821-1902), considerado o pai da patologia moderna. A teoria de Rudolf declinou, porém, com o avanço da medicina e proveniente das investigações científicas em longo prazo que deram início aos estudos mais aprofundados quanto às diferenças fisiológicas entre mulheres e homens – conseqüentemente em razão da “emancipação feminina e a liberação da ciência de amarras arcaicas e misóginas – fatos sociais que aliaram ao desenvolvimento tecnológico”, assim sendo, é verossímil ao afirmar que “a medicina gênero é uma revolução”, como ressalta nesta reportagem Karina Pastore e Paula Neiva (seção Especial – VEJA 07/03/07).
Em tese da reportagem, a cardiologista americana Marianne Legalo, no livro Eve’s Rib (A Costela de Eva) salienta: “Vivemos um dos momentos mais fascinantes da ciência. Para onde quer que olhemos, há sempre uma diferença entre homens e mulheres”. E conclui que “homens e mulheres pensam, agem e sentem de modo completamente distinto”.Eis alguns exemplos, de acordo com fontes de pesquisas atribuídas, sobre a fisiologia feminina e suas variações em relação à masculina.
O cérebro do homem é, em média, 15%maior e 10% mais pesado. Mas, no cérebro das mulheres, as conexões entre os neurônios são mais numerosos. Nos homens, a visão central e de longa distância é mais aguçada do que das mulheres – o que, no tempo dos primeiros hominídeos facilitavam a caça. A visão periférica das mulheres, no entanto, é melhor – o que era essencial para proteção da cria. Quanto à audição, as mulheres ouvem melhor, especialmente sons agudos, como o choro dos bebês. O paladar masculino é mais aguçado para distinguir sabores amargos e salgados. As mulheres se saem melhor na identificação dos doces. O coração masculino é 30%, em média, maior do que o feminino. O coração feminino bate 10% mais rápido do que o masculino – inclusive durante o sono. As mulheres são mais sensíveis a dor: Elas a sentem por mis tempo e em maior intensidade do que os homens.
Os homens são maçã – a gordura tende a depositar no abdômen e nas costas.
As mulheres são pêra – a gordura se concentra nos quadris, glúteos, coxas e braços.
“Homens e mulheres não existem no vácuo. A maneira como eles se desenvolvem e sobrevivem é uma conseqüência direta da cultura e da sociedade em que estão inseridos”, defende a médica Marianne Legalo. Mas sob o ponto de vista estritamente biológico, as diferenças mais marcantes entre homens e mulheres decorrem da interação entre os genes e os hormônios, deste modo, “muitas das diferenças entre o comportamento feminino e masculino são determinados pela genética – e não apenas por questões culturais”. Vejamos alguns exemplos, também, concedidos de fontes:
Os homens costumam usar mais o lado esquerdo do cérebro, associado, entre outras funções, ao raciocínio lógico. As mulheres, por sua vez, para detectar sentimentos alheios, utilizam tanto porção cerebral esquerdo quanto direita, relacionado às emoções.
Ao contrário dos homens, as mulheres têm várias regiões do cérebro relacionadas à linguagem verbal. Elas usam de 6000 a 8000 palavras diariamente, enquanto os homens utilizam, no mesmo período, de 2000 a 4000 palavras.
Mulheres são mais detalhistas. Na história da evolução da espécie, os cuidados com a prole cabiam ao sexo feminino. Para proteger seus filhos, elas tinham de estar atentos a várias coisas, ainda que muito pequenas ao mesmo tempo. Em repouso, 90% do cérebro feminino continua em atividade. No masculino, apenas 70%. Por isso, as mulheres são melhores para captar detalhes.
“O conhecimento mais aprofundado da saúde de ambos os sexos é de enorme importância para aperfeiçoar a prática médica, principalmente com o aumento da expectativa de vida”, disse a VEJA a médica Vivian Pinn, dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos. Contudo, como a revolução na medicina está em curso, é plausível coincidir a mesma ressalva do reumatologista Cristiano Zerlini: “É necessário estudar mais a fundo a evolução da doença no sexo masculino e descobrir se os protocolos femininos de diagnóstico e tratamento servem também para Eles”.
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