Tratamento de feridas através da autohemoterapia: Um estudo de caso clínico
(GEOVANINI; Telma ; MOZART; Manoel)
TRATAMENTO DE FERIDA ATRAVÉS DA AUTOHEMOTERAPIA: UM ESTUDO DE CASO CLÍNICO As células do sistema monocítico fagocitário - SMF são especialistas em fagocitose e apresentação de antígeno ao exército do sistema imune. São elas: macrófagos alveolares, micróglia, células de Kuppfer, células dendríticas, células de Langehans e macrófagos em geral, sendo os macrófagos comprovadamente células de altíssimo poder fagocitário, atuantes no processo de cicatrização. A autohemoterapia visa a autoestimulação do sistema imunológico através da retirada de determinado volume de sangue venoso do paciente e aplicação deste mesmo volume por via IM, dividindo-se o volume em 2 ou mais partes, técnica simples que estimula o aumento dos macrófagos pela medula óssea, indicada especialmente em doenças auto imunes. A taxa normal de macrófagos no sangue é elevada de 5 para 22%, complementando a ação da antibioticoterapia que paralisa a reprodução de microorganismos, enquanto o sistema imunológico ativado, vence a infecção. Em 1911 houve um registro por F. Ravaut, ele indicava um modo de auto tratamento (uno mismo, haima - sangra) empregado em diversas enfermidades infecciosas, em particular na febre tifóide e em diversas dermatoses. Ravaut usa a auto-hemoterapia em certos casos de asma, urticária e estados anafiláticos. No ano de 1941 o Dr. Leopoldo Cea, no Dicionário de Términos Y Expressiones Hematológica, cita a auto hemoterapia como método de tratamento que consiste em injetar a um indivíduo certa quantidade de sangue retirada dele mesmo. Ainda em 1941 H. Dousset relata que a auto hemoterapia é útil em certos casos para dessensibilizações. No Brasil foi o professor Jesse Teixeira da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, quem provou que o Sistema Retículo Endotelial (SRE) era ativado pela auto hemoterapia em seu trabalho publicado e premiado em 1940 na Revista Brasil - Cirúrgico, no mês de Março. Jesse Teixeira provocou a formação de uma bolha na coxa de pacientes, com cantárida, substância irritante. Fez a contagem dos macrófagos antes da auto hemoterapia, a cifra foi de 5%. Após a auto hemoterapia a cifra subiu a partir da 1ª hora chegando após 8 horas a 22%. Manteve-se em 22% durante 5 dias e finalmente declinou para 5% no 7º dia após a aplicação. Neste estudo de caso clínico, com abordagem quanti-qualitativa, apresentamos através de registro fotográfico e acompanhamento clínico sistematizado, o caso da cliente ADOB, 48 anos, branca, do lar, diagnostico de esclerodermia, portadora de extensas feridas com predominância de tecido necrótico, envolvendo os membros inferiores dos joelhos para baixo. A esclerodermia é uma doença do tecido conjuntivo que afeta a pele, e algumas vezes os órgãos internos. É classificada como doença auto-imune devido ao fato de que o sistema imunológico nestas doenças é ativado para agredir os tecidos do próprio organismo. A paciente em questão apresentava a forma sistêmica (esclerose sistêmica) que afeta os órgãos e sistemas internos do organismo. Na esclerose sistêmica, o sistema imunológico costuma causar dano a duas áreas principais: os vasos sangüíneos de pequeno calibre e as células produtoras de colágeno localizadas na pele e em todo o organismo. É o componente colágeno da doença o responsável pelo espessamento da pele. Até o presente momento, não há cura para a esclerodermia, apenas tratamento e minimização dos sintomas e complicações decorrentes. Submetida à auto hemoterapia durante 3 meses e limpeza das feridas com solução isotônica de cloreto de magnésio a 10%, a cliente apresentou melhora acentuada do quadro clínico, com granulação de 70% da área afetada, resultados estes comprovados através de registro fotográfico e documentação específica.
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