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A mula e "os malas"
(Maria das Graças Roubaud)

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Espertinhos tentam tirar proveito da bondade de alguém... Diz a história: "Uma mula andava despreocupadamente quando um transeunte chamou: - Hei Dona Mula! você pode me socorrer? É que vou encontrar-me com um comerciante a três milhas daqui e não estou conseguindo carregar esta mala com roupas que foram molhadas pela chuva, que caiu de repente e me pegou desprevenido. A mula então falou: - Ah, meu amigo! Estou tão cansada! -Por favor, Dona Mula. Você só precisa me levar na primeira milha. Montado no seu lombo abrirei a mala e, como a chuva já passou, conseguirei secar as roupas ao vento; secas, se tornarão mais leves e poderei carregá-las pelas duas milhas restantes. - Tudo bem. Se for só por uma milha, eu carrego. O homem logo montou na mula, feliz por receber ajuda, mas não contava com outro aguaceiro que acabou encharcando toda a roupa que ele havia tirado da mala e exposto ao vento. Ao chegar ao fim da primeira milha, a mula parou e o muleiro – já que quem monta a cavalo é cavaleiro – replicou: - Ô Dona Mula! Como você pode fazer isso comigo? Você não percebeu que a minha mala está sem alça e o temporal molhou ainda mais as roupas que carrego? Será que não pode ajudar só mais um pouquinho e continuar me carregando até que eu torça toda a roupa e assim não perca tempo? - Ah, meu amigo! Essa viagem me deixou ainda mais cansada do que já estava. Acho que não vou agüentar não! - Puxa vida! Custa me levar só mais um tantinho? - OK! Só mais um tantinho. E lá foi a mula, andando bem devagar, enquanto o homem, sem nenhuma pressa, torcia as roupas. De vez em quando, a mula perguntava: - Já acabou? E o homem respondia: - Falta só um pouquinho. A mula já havia andado mais uma milha quando uma mulher que carregava uma lata de água na cabeça gritou: - Hei mula! Dá para me levar também? A mula foi logo falando: - Dá não! Estou exausta! Já nem consigo andar direito. Não vejo a hora de este homem descer com sua mala para eu descansar. Foi aí que a mulher esbravejou: - Onde já se viu isso? Você carrega um homem no lombo e se recusa a carregar uma mulher?! Que falta de companheirismo! Deveria ajudar as mulheres, que eles dizem ser o sexo frágil. Manda descer esse brutamonte para eu subir. O homem replicou e começou uma grande discussão. Como a mula era de paz, mandou subir também a mulher com a lata deágua. O homem, incomodado, bufou, mas acabou por se conformar. Ficaram então em cima da mula: um homem, uma mulher, uma lata deágua e uma mala sem alça. Ou melhor: uma lata deágua e três malas sem alças! Quase perto de chegar a terceira milha, ponto final para o homem e sua mala, a mula, não suportando tamanho esforço, caiu. Foram ao chão uma mula, uma mala, uma lata - agora sem água – e os dois malas. O homem e a mulher ficaram furiosos e se voltaram contra a mula. Como ela podia fazer isso com eles? Havia sido tão difícil conseguir água! E a hora? Estava passando da hora combinada para a entrega das roupas que estavam na mala! E se o comerciante fosse embora? O mala teria que voltar para casa com a mala sem fechar o negócio das roupas. E nada de a mula se levantar. Puxa daqui, esmurra dali, e nada. A mula havia empacado por exaustão. Deitada estava deitada ficou. Não conseguiu se levantar. Os dois resolveram seguir caminho, achandoo cúmulo a mula não ter ajudado no retorno para casa. A mula até tentou explicar que não era por falta de vontade que não ia ajudar. Eles irritados, nem lhe deram atenção. - Que falta de compaixão! – disse o homem - Afinal, foi por culpa dela que eu perdi um bom negócio. - E eu que perdi toda minha água? - falou a mulher enfurecida.E a mula? A mula diante de tanto egoísmo e de atitudes tão equivocadas chorou.



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