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Emigrantes
(Ferreira de Castro)

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A históriaO livro “Emigrantes”, publicado em 1928, retrata a odisseia dum camponês que emigra para o Brasil à procura de vida melhor. A acção decorre nos inícios do século XX. Manuel da Bouça, o personagem principal, é um camponês analfabeto da região de Oliveira de Azeméis, proprietário de pequenas courelas que vão dando para o sustento diário, à custa de trabalho de sol a sol, muito duro. Ambiciona comprar umas terras vizinhas das suas, de forma a melhorar os rendimentos. Mas para isso precisa de dinheiro que não tem. Como muita gente resolve emigrar para o Brasil, onde tem ouvido dizer que se faz fortuna com alguma facilidade. Para custear a passagem, hipoteca as courelas. Ao chegar, constata que a realidade não corresponde àquilo com que sonhava. Arrasta – se penosamente durante anos em trabalhos forçados, quase escravo, com ganhos que mal dão para comer. Impossível juntar dinheiro. Passa fome, vê – se envolvido numa revolução fracassada. A vida corre – lhe mal no Brasil; as notícias recebidas de Portugal também são más; perde as terras hipotecadas porque não pagou o combinado, a mulher adoece e morre. Fica sem nada. Agora, só pensa voltar a Portugal. Quando a revolução fracassou, ao fugir a coberto da noite, roubou jóias e anéis de um morto que encontrou na rua. O dinheiro para a volta foi conseguido com a venda dessas jóias. Regressado a Portugal, à sua aldeia, mentiu aos conterrâneos e à filha para esconder a humilhação e a derrota. Sabendo ser uma situação insustentável, abandonou a aldeia e abalou para Lisboa, para o anonimato e o esquecimento. ComentáriosA leitura do livro desperta – nos sobre um problema que se mantém actual. Os lugares geográficos não serão exactamente os mesmos, mas os dramas humanos são semelhantes. As razões para emigrar são as mesmas, a angústia e incerteza de quem parte, também. É claro que nalguns aspectos, se registaram progressos na forma como o fenómeno é encarado, sobretudo na emigração doutro nível. No caso presente, a semelhança existe com a actual emigração proveniente de países de África, da Europa de Leste, de alguns países asiáticos, da América Latina. Sem esquecer os emigrantes portugueses de primeira geração que foram para outros países europeus mais desenvolvidos, sobretudo nas décadas de 40, 50, 60. Há aspectos humanos a sublinhar no livro. A história desenvolve – se numa base quase quotidiana, com episódios onde se realça a solidariedade entre iguais, fraquezas e cobardias, a prepotência de quem se aproveita de quem está em situação de fragilidade, o “salve – se quem puder”. Mas também o amor, a convivência, o companheirismo. O evoluir da história cria uma tensão permanente que nos “agarra”. No final, fica um nó na garganta; sente – se um “grito” fortíssimo de todos os emigrantes dado por quem viveu em pleno, muito novo, essa experiência.



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