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Camões
(Carlos C. de Andrada)

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CAMÕES, “OS LUSÍADAS" E O LATINISMO Carlos C. de Andrada Um dos objetivos de Luís de Camões, em sua literatura e através de suas obras, é edificar um reino português. Em seu poema épico “Os Lusíadas”, serão cantados os heróis de Portugal e suas peripécias, de um modo parecido com as jornadas da Antigüidade Clássica, mas enfatizando dois textos singulares e de grande valor para a literatura universal. Esta influência das epopéias greco-romanas se remete à Ilíada , em que o primeiro verso revela o que será desenvolvido durante o escrito: “Canta, ó musa, a ira (...)”. A ira de que fala o poema é a que será provocada nos gregos com o rapto de Helena pelos troianos, que é o cerne da obra. Observando este exemplo de “Os Lusíadas”(Canto IX, estrofe 53, 1° verso): “(...) Mas firme a fez e imóbil, como viu (...)”. Imóbil, que se transformou na forma imóvel, primeiramente era forma arcaica, vinda do Latim ‘imobilis’. A evolução fonética fez com que um vocábulo substituísse o outro, através de certos fenômenos estudados pelos foneticistas, como é o caso do rotacismo. Alguns termos, entretanto, mantém até hoje a forma primitiva, derivada da vogal temática (no caso, ‘i’) somada à desinência 'bilis'. Notam-se os exemplos mobilizar, mobilidade, mobília. E no Latim as palavras relacionadas à estrutura anterior (muitas vezes adjetivos) são diversas: além do próprio exemplo comentado de ‘imobilis’, há visibilis, insufribilis, incansabilis, impossibilis e outras tantas. Segue-se outra parte da obra; Canto III, estrofe 124 inteira: “(...) Traziam-na os horríficos algozes / Ante o rei já movido a piedade / Mas o povo com falsas e ferozes Razões, / à morte crua o persuade. Ela, com tristes e piedosas vozes, / Saídas só da mágoa e saudade / Do seu príncipe e filhos que deixava, / Que mais que a própria morte a magoava (...)” Ocorre que não há nenhuma palavra latina, nem mesmo termos latinizados nesta estrofe. E não é essa a importância do trecho transcrito, porque os latinismos sintáticos e gramaticais aí não aparecem. “Os Lusíadas” não imita a Eneida só na forma, mas talvez principalmente no conteúdo cultural, na qualidade estilística. O trecho acima, ,tirado do episódio da morte de Inês de Castro, reconstrói na tradição portuguesa a desgraça de Cassandra, filha de Príamo, narrada com magistral dramaticidade por Virgílio.



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