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Segredos da Voz - Estimulações Rítmicas no Canto
(Manuela de Sá)

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Sempre que falamos ou cantamos numa determinada altura (frequência), o estímulo rítmico inicial provém do córtex, estando ligado às células da área motriz. Na fonação o estímulo é cortical, ou seja, provém de acções voluntárias, condicionando também o parâmetro “expressividade”.
Em casos de disfunção cortical, o carácter rítmico da fonação sofre alterações e o paciente tem dificuldade em emitir um som prolongado e controlado. A arritmia cerebral que se pode ler no traçado electroencefalográfico repercute-se também em arritmia de estímulo do tiro-aritenoideu (cordas vocais). Assim, por exemplo, é difícil conseguir um controlo vocal apurado em pessoas que sofram de epilepsia.
Os fenómenos de estimulação rítmica ao nível do córtex, para a produção de sons de frequência determinada e mantida, dependem da actividade rítmica dos centros corticais da audição. Desta forma as deficiências auditivas condicionam aspectos da fonação ou até a totalidade da mesma.
Por exemplo: se enquanto uma pessoa fala ou canta colocarmos perto uma fonte de sons muito intensos, de forma a que ela sinta dificuldade em se ouvir, ou até deixe de se ouvir, esta modifica a sua emissão, aumentando consideravelmente a intensidade da voz (é o caso de oradores e cantores em actuação conjunta com outros cantores ou instrumentos). Daí que, quando um aluno começa a educar a voz, não seja aconselhável cantar em coros onde, não se ouvindo bem, terá tendência a “forçar”.
Só uma pessoa com o ouvido e voz muito educados é capaz de fazer representações psico-auditivas (chamada audição interna) e formar mentalmente a imagem do som (altura) que quer emitir, podendo assim ultrapassar dificuldades de audição por ensurdecimento ou por sobreposição de muitos sons intensos.
Foi o caso de Beethoven, que ensurdeceu depois do seu ouvido estar educado o que lhe permitiu continuar a compor mesmo sem ouvir os sons que representava nas partituras, tendo no entanto pleno conhecimento de como devia soar para as outras pessoas, através da representação mental das frequências e timbres. É também o caso de cantores que vêem diminuídas as suas capacidades auditivas (por doença) e que continuam a cantar afinado e sem descontrolo. É também o caso da representação mental tímbrica. Por exemplo: um cantor pensa ”som escuro”, “som pastoso”, ou pelo contrário “som claro”, “som aéreo”, e, em cada destes casos, imediatamente, sem cantar, as cavidades de ressonância adaptam-se às diferentes situações, através das vias nervosas do “facial” e do “glosso-faríngeo”, que se habituaram a determinadas posturas no decurso da educação vocal.
Madame Mado Robin (cantora da ópera de Paris em meados do século XX) foi colaboradora de Raul Husson nos seus estudos de fisiologia da voz, e corrobora esta verdade da representação mental do som, conseguindo emitir sons agudos nunca pensados, através de uma acção volitiva muito forte.
Outro exemplo: um cantor que leia durante muitas horas, fazendo a representação mental das vogais e consoantes, pode apresentar, ao fim de muito tempo, cansaço vocal no plano nervoso. A cada sílaba lida mentalmente, os nervos, que habitualmente estimulam ritmicamente os músculos fazem o seu trabalho da mesma forma que fariam se a pessoa lesse alto.
Em endoscopia é possível verificar que o cantor profissional é capaz de colocar a sua laringe em posição de emitir o som que o próprio concebeu mentalmente, podendo verificar-se a adução e alongamento das cordas vocais correspondentes à frequência pensada, sem que no entanto o som seja emitido.



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