O Lago
(Annie Stonner)
Tudo passou. Tudo passa no fim. É apenas preciso deixar chegar o fim. Se não estiver a passar, é porque não é o fim . Porque a história ainda não acabou. Ela sempre gostou dele, no fundo sempre o amou incondicionalmente. Também ele. Mas nunca o admitiu. Tomava-a sempre por garantido. Então deixava andar. Um dia, ela cansou-se de não ser correspondida no seu amor e lançou-se noutra aventura. Quando ele percebeu que a tinha perdido, percebendo também que a amava, o seu mundo desabou. Era tarde demais. Ele correu para ela com esperanças, desculpas, perdões e promessas de amor eterno. De nada valeu. Eu amei-te sim, massacras-te tanto o meu coração que sou incapaz de te amar, disse-lhe ela. Ele chorou, ele quis morrer, amaldiçoou a sua ceguez, perdera o amor da sua vida. Mas ela, no seu cantinho seguro, chorava também e sem conseguir manter a sua promessa de o fazer sofrer partiu em busca do seu amado. Encontrou-o perdido no meio do lago, rastejando o seu erro, com a cara lavada em lágrimas. Pegou nele e abraçou-o. Beijou-o. E nunca mais se separaram. Tornaram-se um so corpo. Diz-se que naquele lago, ainda descansa o espírito dos apaixonados.
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