O Homem que brigava com Deus
(manoel Magalhães)
DAI A MANOEL O QUE É DE MANOEL Sábado às vinte horas comecei a ler o livro do Manoel Soares Magalhães”O homem que brigava com Deus”,Tinha eu tomado a decisão de não passar da meia noite acordada,dormiria mais cedo,inclusive avisei meus filhos que eu ia tirar o telefone do gancho, pretendia dormir cedo.Mas ás quatro da manhã lá estava eu, ainda acordada,lendo, transformada na “mulher que brigava com o livro” não só brigava com o personagem principal, mas brigava também com a maioria dos personagens .Brigava com o protagonista da história que deixava boas oportunidades passar por ele como muitas outras pessoas deixam.Brigava com a maioria dos personagens periféricos que se prestavam a demonstrar,dentro da história, a miséria moral, e todas as mazelas que fingimos não ver expostas nos menos afortunados,os degredados. O personagem “Atis”derruba dogmas,retratando por vezes ambigüidade nas atitudes sem se preocupar com argumentos que justificassem suas faltas. Atis vive um antagonismo interior constante entre entregar-se totalmente a promiscuidade e a degradação e lapsos de aspirações sadias: inserir-se numa vida considerada normal com o trivial de uma família simples, mas sem pendurar-se a fé de um Deus que em sua visão dá e tira o tempo todo. Por vezes sentimos no nosso Manoel Magalhães a ousadia de Carl Solomon, autor não místico, demasiado urbano, o herói insano caminhando no movimento “beat”. O personagem de Manoel S Magalhães viaja desventuras similares as desventuras dos meninos desamparados de “Neal Cassady em “O Primeiro Terço”. Atis é sensacional, ,maldito sem ser mártir .Como o personagem de “Notas de um velho safado” de Charles Bukowski o personagem Atis de nosso autor Manoel tem também a intimidade com o cinismo auto defensivo para privar-se do ridículo, recuperando sempre sua humanidade. Em certa altura da narrativa,quando é inserido o cego Tomé, confesso que me desconcertei com a sensação de que o autor teria se desviado para o misticismo apelativo de “Og Mandino” em algumas de suas obras de auto-ajuda, mas imediatamente ele retorna a narrativa para o roteiro marginal, onde ele reforça a idéia de que a essência humana de cada um não pode ser totalmente alterada de uma hora para outra.Ao contrário das histórias que findam com um final feliz ou com um final trágico o personagem Atis levanta-se sem perder a autenticidade de ser o que ele precisa ser.Ele nunca será o que os outros precisam que ele seja.Bem a obra tem que ser lida imediatamente por vocês é uma obra imperdível. JOYCE RABASSA Escreva o seu resumo aqui.
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