Fonoaudiologia e Canto - Avaliação da Voz (7 de 12)
(Lídia Maria de Gouveia)
A Fonoaudiologia e o Canto – RITMO; TESSITURA; REGISTO; BRILHO; PROJECÇÃO.
RITMO
É um aspecto que avaliamos apenas na voz falada, pois na cantada dependerá do estilo, melodia e harmonia da música e da maneira como o cantor interpreta a canção. Na fala usamos um ritmo lento, acelerado, muito acelerado e adequado.
TESSITURA
A tessitura e a extensão são dois aspectos a serem avaliados apenas na voz cantada. Quando o cantor disfónico tem queixa apenas na voz cantada não há necessidade de avaliação dos dois aspectos. Pesquisar a tessitura do cantor, que seriam as notas confortáveis dentro da sua extensão vocal, quando o cantor está totalmente disfónico, é algo que não faz muito sentido.
Quando o cantor se queixa de dificuldade nos agudos ou quebra de sonoridade na passagem, solicita-se que emita a escala completa para se avaliar a dificuldade, mas não há como classificar definitivamente a região onde esse cantor deve produzir a sua voz cantada sem esforço ou prejuízo do tracto vocal, pois a hora da avaliação é um momento atípico. Conforme o trabalho fonoterapêutico evolui deve rever-se a tessitura, assim como a extensão vocal.
A classificação vocal das vozes masculinas em tenor, barítono e baixo e das femininas em soprano, mezzo-soprano e contralto têm relação com o canto lírico, é muitas vezes empregada no canto popular, porém mais para auxiliar na definição da tessitura do que para classificar uma voz dentro de um repertório específico. Considerando-se as formas diferentes de configuração glótica do canto popular para o lírico, não se acredita na importância dessa classificação para o canto popular.
REGISTO
É o modo de vibração variado das pregas vocais de acordo com várias afinações, fornecendo diferentes qualidades vocais que são chamadas de registo, que não é mais do que a produção de frequências consecutivas que se originam da mesma maneira da frequência fundamental. Deve ser avaliado apenas na voz cantada, pois trata-se de um conceito dividido em registo basal (fry), modal (peito e cabeça) e falsete.
BRILHO
Tem relação directa com o uso das cavidades de ressonância e a produção de formantes. Quanto mais amplo for o uso dessas cavidades maior será a riqueza de harmónicos amplificados, fazendo com que a voz pareça cheia, preenchendo todo o ambiente.
A posição da laringe no pescoço é responsável pelo colorido do som produzido. No bel canto, com a laringe baixa, temos um som mais límpido e alegre, enquanto no canto dramático, com laringe alta, o som é escuro mas cheio de nuances.
PROJECÇÃO
Termo advindo do canto, mas muito utilizado no meio teatral e em oratória. Tem relação directa com respiração, pressão subglótica e superiormente com a abertura bucal. Não é possível ouvir-se um cantor com projecção com a articulação totalmente travada. Na avaliação deve evitar-se termos qualitativos (boa projecção/má projecção). Deve gravar-se a voz do cantor para registo, solicitando sonorizações específicas, como vogais (/a/e/i/) prolongadas, escalas ascendente e descendente em stacato e legato, fala encadeada (dias da semana, meses do ano) e conversa espontânea.
Havendo gravações antigas e recentes, é interessante ouvi-las para compreender o processo de desenvolvimento da voz cantada. A avaliação in loco é fundamental para comparar dados ao vivo, e para conhecer o ambiente de trabalho do cantor.
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