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Fonoaudiologia e Canto - Anamnese (3 de 12)
(Lídia Maria de Gouveia)

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A Fonoaudiologia e o Canto – ANAMNESE
A história do paciente pode ser bastante elucidativa, oferecendo condições de visualizar as alterações, como se estivessem a ser vistas através de uma fita de videocassete, em câmara lenta. A anamnese, ou história problemática do paciente, é o momento fundamental de qualquer avaliação. É o primeiro contacto do cantor (paciente) com o profissional médico (fonoaudiólogo).
No caso dos cantores, é importante que estes se sintam à vontade para colocar as suas ansiedades e possam sanar algumas das suas dúvidas, lembrando que, cultural e historicamente, é difícil um cantor ter qualquer contacto com um fonoaudiólogo ou um otorrinolaringologista.
Deve-se interrogar ou identificar alterações da audição, voz, deglutição, sensoriais (sensibilidade cervical ou faringo-laríngea), anatómicas de cabeça e pescoço, dos órgãos articulatórios da fala, dos órgãos ressoadores, da faringe e da laringe em particular, alterações funcionais e respiratórias.
A consulta otorrinolaringologista e o exame da laringe estão intrinsecamente ligados, e a anamnese detalhada do paciente disfónico é essencial para orientar o exame, qualquer que seja o caso, o que permite muitas vezes que a suspeita diagnóstica já se oriente nessa fase, por exemplo, pela administração de péssimos hábitos ou demonstração de enorme ansiedade por parte do paciente.
Nesses casos, obtêm-se factores geradores por si só de alterações da voz, que também representam agravamento de outras situações e dificultam o restabelecimento do paciente, exigindo intervenção terapêutica específica. Da mesma forma, há necessidade de se conhecer o quadro clínico geral, e as importantes e possíveis causas físicas e psicológicas que podem afectar a laringe e a voz. É fundamental a análise dos factores específicos do aparelho fonador, paralelamente às alterações gerais tais como: diabetes, hipertensão arterial, diminuição da capacidade ventilatória pulmonar, insuficiência cardíaca, distúrbios metabólicos, endócrinos, alérgicos, imunológicos, auto-imunes, neurológicos, infecciosos, inflamatórios, digestivos, entre outros; neoplasias benignas ou malignas; o uso ou abuso de drogas com álcool, cafeína, tabaco, tranquilizantes, maconha, cocaína ou outras; uso permanente ou prolongado de medicamentos como corticóides, anticoagulantes plaquetariso, quimioterápicos, etc.; estados de ansiedade, depressão, fadiga, stress, cansaço, insónia, gravidez e síndrome pré-menstrual.
É importante conhecer o grau de autopercepção do indivíduo em relação à sua disfonia, o que faz antever a sua dedicação ao tratamento. Dificilmente alguém que não tenha consciência alguma da sua alteração vocal, sentindo-se normal, aceitará as medidas diagnósticas ou do próprio tratamento.
Igualmente significativo torna-se saber a relevância pessoal ou profissional que possa ter a disfonia. Temos dois casos distintos: o professor que se "beneficia" da disfonia ao estar disfónico e aquele que sofre intensamente com o impedimento vocal, ou seja um cantor ou actor em temporada. Ao primeiro pode-se supor que não se empenhe, ao menos subconscientemente, pela cura, ao contrário do segundo, que normalmente terá empenho exacerbado, ansioso, às vezes tornando-se até prejudicial, no sentido da rápida recuperação. Portanto, há necessidade de saber dosear os extremos para obtenção de um bom resultado no tratamento.
A recolha detalhada da história vocal do paciente disfónico pode revelar aspectos decisivos ao diagnóstico e à conduta do tratamento. A descrição do paciente revela sua forma de encarar a relação com o médico e o fonoaudiólogo, se optimista, confiante, participante, interessado, ou se adopta uma posição crítica, pessimista, pouco confiante e interpreta de forma deturpada as conclusões e determinações.
O exame otorrinolaringológico inclui, igualmente, a avaliação da audição, da voz, da fala, da deglutição e as pesquisas de alterações anatômico-funcionais e preceptorias dos órgãos articulatórios e ressonâncias, como a boca e língua, fossas nasais, rinofaringe e faringe, e função pulmonar.
A laringoscopia indirecta é um método perfeitamente satisfatório para o diagnóstico de indivíduos disfónicos há poucos dias, aptos ou durante estado gripal, não tabagistas e que não façam uso profissional da voz. Casos mais intensos e duradouros, não associados a infecções virais ou bacterianas, devem demandar a utilização de um método mais preciso, que forneça dados de maior confiança possível a decisão terapêutica. A utilização de videolaringoscopia e da videolaringoestroboscopia consagra-se como fundamental no manejo de enfermidades da laringe e da voz.
Os pacientes com indicação de fonoterapia devem ser encaminhados acompanhados de laudo minucioso que descreva a anamnese sumária ou dirigida, os achados no exame de pregas vocais, mencionando o seu aspecto e mobilidade, as características, simetria e amplitude da onda mucosa e a eventual existência de fendas glóticas, referindo o seu local, extensão e formato. A conclusão e conduta devem ser discriminadas e devidamente explicadas ao paciente.



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