Teologia do Novo Testamento-Cristologia/O Filho Divino
(George Eldon Ladd)
Resumo das páginas 235/237 do livro Teologia do Novo Testamento - O Filho Divino
Editora Hagnos - São Paulo - 2001Titulo Original : A Theology of the New Testament
O FILHO DIVINO
O apóstolo João testifica da divindade de Jesus logo no primeiro verso, “ O Verbo era Deus” (1:1), e mais uma vez, de acordo com a leitura textual mais segura, ele se refere a Jesus como “ o único Filho, o qual está no seio do Pai” (1:18).
Obs.: Em nota de rodapé: “ Todos os três textos gregos recomendados pela crítica possuem esta como a melhor leitura”.
A consciência de Jesus em relação a afirmação de sua divindade é expressa nas suas declarações a respeito de sua união com o Pai,mas, de modo especial , nas afirmações que contém a fórmula “ Eu Sou” como um predicado, e de modo absoluto: “ Eu sou o pão da vida” (6:20); “ Eu sou a luz do mundo” (8:12); “ Eu sou a porta das ovelhas” (10:7); “ Eu sou o bom pastor” (10:10); “ Eu sou a ressurreição e a vida”(11:25); “Eu sou o caminho e a verdade e a vida” (14:6); “ Eu sou a videira verdadeira” (15:1). Além de tais declarações, existem várias outras, onde Jesus designa a sua própria pessoa pelo uso simples das palavras “ Eu Sou” (ego eimi, cf.4.26; 6.20; 8.24,28; 13.29; 18.5,6,8). Esta é uma frase quase impossível de ser literalmente traduzida ; na maior parte dos contextos, a simples declaração “ Eu Sou” é desprovida de significado em português.Mas em João 8:58,a versão da Imprensa Brasileira, segundo os melhores textos em hebraico e grego (LXX), traduz: “ Antes que Abraão exsitisse ,eu sou”.A linguagem é muito mais enfática no grego do que em português.”Antes que Abraão fosse nascido (genesthai), Eu Sou (ego eimi).Esta a única passagem em o NT onde se verifica o contraste entre einai e genesthai”.Em represália, os judeus pegaram em pedras para apedrejar Jesus, em virtude desta afirmação, aparentemente blasfema, mas ele se lhes escapou.No Evangelho de João, a hostilidade e oposição dos judeus foi violente em decorrência da vindicação implícita nas expressões de Jesus, que o colocavam em pé de igualdade em relação a Deus (5.18) – de fato, por ele afirmar ser Deus (10:33).Jesus de forma alguma refutou tais acusações.
O fundo contextual para as declarações “ Eu Sou”, especialmente as usadas de modo absoluto, não deve ser encontrada no mundo helenístico, mas no AT (Ex. 3:14), e em Isaías, Deus deve ser reconhecido como “Eu Sou” (Is.41.4; 43.10; 46.4, etc.).A frase tem paralelos nos Sinópticos em Mc. 6.50; 14.62.Stauffer (E.Stauffer, Jesus and His Story -1960-p.174; 183ss.), argumenta que esta expressão é “ a mais autêntica, a mais autocrática, a mais audaciosa e a mais profunda afirmação procedente de Jesus , a respeito de quem ele era”.Através desta expressão peculiar, Jesus elevou-se muito acima de todas as expectações messiânicas contemporâneas aos seus dias e vindicou que a efifania histórica de Deus estava ocorrendo em sua vida.. “ O próprio Deus tornou-se homem, mais humano do que qualquer outro homem, na vasta amplitude da história.Muitos eruditos acham essa uma posição muito extremada, mas parece que está acima de qualquer questionamento que, através do uso da expressão “ego eimi” em sua forma absoluta, Jesus está em um sentido bem real, identificando-se com o Deus do AT.Na narrativa joanina, este fato adquire expressão plena após a ressurreição através da confirmação de Tomé : “ Senhor meu, e Deus meu!” (20.28).
O texto copiado, é onde o autor coloca a divindade de Jesus.
O início e o fim do texto, ele de certa forma quer dizer que Jesus é um com o Pai, mas não é exatamente Deus.Assim no primeiro parágrafo Ladd
Diz; “ Como Filho de Deus, Jesus é mais do que um homem escolhido e consagrado para um propósito da divindade”.Esse termo “mais do que um homem escolhido e consagrado”, coloca Jesus como um homem iluminado( entendo assim).
No final do texto, Ladd completa: “ “ Entretanto, esta identificação não é completa, pois Jesus constantemente fez distinção entre ele próprio e o Pai.O Filho foi enviado pelo Pai; ele obedece aos mandamentos do Pai (15.10); ele nada pode fazer por sua própria iniciativa (5.19-20); suas palavras são as palavras do Pai (14.10, 24; 17.8); o Pai é maior do que o Filho (14.28).Assim sendo, João declara a divindade de Jesus como o Filho eterno de Deus e, ao mesmo tempo, a distinção entre o Filho e o Pai, e modo mais explícito e mais enfático do que qualquer dos outros escritores do NT.
ARA 1 John 1:1 O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos próprios olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos apalparam, com respeito ao Verbo da vida
2 (e a vida se manifestou, e nós a temos visto, e dela damos testemunho, e vo-la anunciamos, a vida eterna, a qual estava com o Pai e nos foi manifestada),
3 o que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo.
4 Estas coisas, pois, vos escrevemos para que a nossa alegria seja completa.
Shalon Adonai.
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