DESIGNAÇÃO: A ARMA SECRETA, PORÉM INCRIVELMENTE PODEROSA, DA MÍDIA EM CONFLITOS INTERNACIONAIS
(Kanavillil Rajagopalan)
“DESIGNAÇÃO: A ARMA SECRETA, PORÉM INCRIVELMENTE PODEROSA, DA MÍDIA EM CONFLITOS INTERNACIONAIS” trata de um assunto um tanto quanto controverso, o uso das designações. Enquanto alguns defendem que as designações estão livres de predicações, pois para estes os nomes seriam meras “etiquetas” identificadoras, o autor discorda e diz que é preciso pensar além da semântica do nome, alegando que o uso das denominações por parte da mídia é uma grande forma de manipulação de opinião.
A ética da mídia impõe que os meios de comunicação devem transmitir as informações de maneira imparcial a fim de informar e não formar opinião. Contudo o autor Kanavillil Rajagopalan demonstra, a exemplo das reportagens de conflitos internacionais, que a mídia tende a favorecer mesmo que subjetivamente aos seus interesses. Para isso é nas denominações, que ela encontra um método de manter implícita sua posição em relação aos fatos.
No subtítulo “1. Nomes: afinal o que há de tão curioso nessas palavras?” o autor faz um breve argumento, baseando-se em teorias acadêmicas, sobre a definição dos nomes próprios e questiona sua validade da maneira que é usada atualmente. Para ele o próprio ato da nomeação atribuiria características ao nome e essas características poderiam torná-lo aplicável a outros objetos. A maneira correta do uso dos nomes próprios seria então uma característica exclusiva do objeto que o diferenciasse dos demais.
A maneira de como foram são usados nomeações como “terrorist mastermind”, “gênio do mal” para rotular o nome de Osama Bin Laden e outros exemplos são relatados no subtítulo “2. o discurso jornalístico e a escolha dos termos de designação”. É nessa parte que é tratada a forma sistemática em que são escolhidos os termos a serem usados de modo a favorecer aos seus interesses, porém também é exemplificado como uma denominação pode ser interpretada de maneira contrária a esperada e ter efeito contrário.
Para finalizar em “3. O poder da designação” é explicado que tamanho poder de manipulação das designações provém do ato de serem usados de maneira a parecer impessoal. Dessa maneira os expectadores acabam por serem induzidos a formarem uma opinião que lhes é imposta de maneira silenciosa. Através da utilização dos rótulos favorecendo sempre a um lado, as pessoas acabam se acostumando com os mesmo e passam a utilizá-los, sem perceber a arbitrariedade existente em tais termos.
Rajagopalan é um profissional acadêmico da área de linguagem e antes de ingressar na carreira do magistério foi publicitário, jornalista e cartunista. Nesse texto demonstra sua preocupação com as causas sociais e com o fato de que as massas possam estar sendo manipuladas através da utilização das designações. Apesar de que em alguns trechos do texto os assuntos e linguagem especifica da área da lingüística, estudada pelo autor, possam dificultar a compreensão para leigos, o autor consegue transmitir sua mensagem final ao publico em geral de maneira eficaz.
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