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O PAPA BENTO XVI
(entrevista)

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Ratzinger, o papa Bento XVI (Parte II)











O Conservadorismo de Ratzinger é voltado contra a modernidade ou contra a pós-modernidade? É compreensível e legítima a mágoa dos progressistas que foram perseguidos, mas talvez o que os dirigentes da Igreja tenham combatido era, principalmente, o movimento político rebelde que representavam e os postulados analíticos marxistas que empregavam.
Ironicamente, a agenda da Teologia da Libertação, ou boa parte dela, poderia vir a ser implementada pela estrutura oficial e hierárquica da Igreja. João Paulo II declarou a um interlocutor, numa crítica de duplo sentido, que os poloneses sonhavam com o capitalismo Ocidental da mesma forma que os teólogos da libertação idealizavam o socialismo como paraíso terrestre. Ratzinger, por sua vez, chegou a afirmar que a economia liberal conduz a uma moral permissiva.
Quanto à agenda social, o cristianismo foi pioneiro e revolucionário em defender como princípio norteador a igualdade entre os homens, como depois o fez a Revolução Francesa e o marxismo, estes últimos movimentos "modernos". Hoje a pós-modernidade, cujos fundamentos foram adensados pelas revoltas de 1968, enfatiza as identidades e o respeito à diversidade, questionando as visões totalizantes e a aspiração a um igualitarismo sem matizes. Mais ainda, o próprio conceito de totalidade passa a ser considerado pernicioso, defendendo-se a existência de um relativismo quase absoluto.
Com a fragmentação social que caracteriza a sociedade contemporânea e pós-moderna (cujo individualismo e nihilismo inerentes foram potencializados pelo neoliberalismo), o indivíduo encontra-se órfão, perdido. As próprias ONGs têm respondido de forma parcial, pois a inclusão que promovem tem resultado limitado. Assim, a Igreja, que enfrenta a concorrência dos novos movimentos sociais, parece propor ao conjunto da sociedade uma nova forma de comunitarismo, capaz de conter o individualismo exacerbado. Com o enfraquecimento da esquerda, ela encontra igualmente um campo propício de atuação, apresentando-se como alternativa num mundo aparentemente sem rumo.
Propõe-se também a defender a paz, o que tem uma dimensão ecumênica inegável e um impacto significativo na época da guerra ao terrorismo. Assim Ratzinger, que ascendeu ao poder como conservador, não necessita fazer concessões a esta corrente e, como Papa Bento XVI, pode vir a aprofundar algumas ações esboçadas no final do pontificado de João Paulo II. Neste sentido, seu conservadorismo teria mais efeito como oposição à pós-modernidade, pois nos pontos em que critica a modernidade, seria de um obscurantismo nocivo a seus próprios interesses.



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