AVANÇOS DA POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA
(PESQUISA)
Avanços da política externa brasileira />
Apesar de certas críticas, provenientes de integrantes dos governos anteriores, a política externa brasileira tem demonstrado ser consistente e logrado novos avanços. A reunião com vizinhos do norte da América do Sul, após as insinuações do Secretário da Defesa norte-americano durante sua visita ao Brasil, a presença de "união nacional" nos funerais do Papa, aliada à possibilidade de um candidato brasileiro, a nova viagem do presidente à África e a próxima Reunião de Cúpula dos Presidentes Árabes e Sul-Americanos a realizar-se em maio no Brasil são prova disso.
Em sua recente visita ao Brasil o Secretário Donald Rumsfeld estabeleceu com o governo brasileiro uma importante agenda na área da segurança e combate ao terrorismo. Contudo, Rumsfeld aproveitou a ocasião para criticar certa conivência do Brasil para com o governo Chávez, da Venezuela, e renovar as insinuações de que as FARC (Forças Armadas Revolucionária da Colômbia) teriam apoiado o partido do presidente nas eleições de 2002. Numa atitude rápida e bem calculada o presidente, sob orientação do Itamaraty, convidou os presidentes dos dois países para uma reunião na fronteira de ambos, contando ainda com a presença do primeiro ministro espanhol, Zapatero, que discutia na Venezuela a venda de equipamento militar (o que também era criticado pelos EUA).
Neste encontro, franco, direto e objetivo, o presidente Lula reafirmou o princípio diplomático brasileiro de não ingerência nos assuntos internos de outros países, tranqüilizando tanto o presidente Uribe da Colômbia como o da Venezuela e garantindo ainda o direito venezuelano a modernizar seu equipamento defensivo, destinado a melhor controlar suas fronteiras e águas territoriais. A Espanha, por sua vez, assegurou a venda do equipamento, dentro das normas do direito internacional. Assim, antes que um mal-estar ou uma crise fossem produzidos, o problema foi solucionado imediatamente.
Ao mesmo tempo, o convite do presidente para que os ex-presidentes José Sarney, Itamar Franco e seu antigo adversário político Fernando Henrique Cardoso o acompanhassem aos funerais do Papa no "AeroLula", como é chamado popularmente o avião da presidência, demonstrou ao mundo certa união nacional no que concerne à candidatura do Brasil ao Conselho de Segurança (CS) da ONU, num momento de grande exposição de mídia. Mas não apenas isso, pois o gesto não deixou de ser também uma forma sutil de apoio a Dom Cláudio Hummes, um mundialmente prestigiado Cardeal brasileiro, que é um dos candidatos à sucessão do Papa João Paulo II.
Logo em seguida, o presidente iniciou sua 46ª viagem ao exterior, desta vez à África ocidental. Camarões, Nigéria, Gana, Guiné Bissau e Senegal serão visitados, estreitando-se laços comerciais, ajudando a estabilização democrática da Guiné Bissau (um país de língua portuguesa) e, last but not least, reforçando os apoios ao Brasil na candidatura ao Conselho de Segurança da ONU. Vale lembrar que a Nigéria é o país mais populoso da África e um dos grandes produtores de petróleo do mundo. A estabilidade da região, os imensos mercados potenciais e o abastecimento de petróleo são estratégicos para o Brasil.
Por fim, houve certo mal-estar e críticas de Israel, quando o Chanceler Celso Amorim fez, recentemente, uma visita ao Oriente Médio e não incluiu Israel em seu roteiro. Ocorre que a viagem teve como objetivo principal preparar a Reunião de Cúpula dos presidentes árabes e sul-americanos, a realizar-se em maio em Brasília. Também é conveniente lembrar que, após a visita do presidente à região, o comércio bilateral cresceu cinco vezes e tende a aumentar.
Quanto a Israel, o Brasil apóia o processo de paz e, principalmente, a normalização das relações deste país com seus vizinhos (incrementando paralelamente sua segurança), o queserá um avanço notável para a integração regional. E, obviamente, o protagonismo brasileiro na região, que também visa obter apoio para a candidatura ao CS, deverá tornar o Brasil um país mais cotado para a diplomacia israelense. Assim, a política externa brasileira continua demonstrando vitalidade e logrando avanços.
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