A cozinha no Brasil - História, Receita e Poesia
(Cozinha Experimental de Cláudia)
A cozinha no Brasil – história, receita e poesia Em nossa cozinha a presença indígena, africana e portuguesa, destaca-se tanto quanto na cultura popular, dança, música e religiosidade. Na mesa brasileira é mais que evidente essa tradição. Quando Cabral, aportou, já encontrou , cultivado pelos nativos, a mandioca e o milho. Diversas frutas, entre elas o caju, base para uma bebida alucinógena, o Cauim, além de caças e pesca. A mandioca é sem dúvida a maior contribuição. Adaptou-se aos pratos africanos, e aos portugueses que não a conheciam. A farinha de “pau” de manioc – hoje mandioca era feita com ela ainda fresca, ralada numa prancha de madeira encravadas de pedrinhas, e levada a um recepiente de palha para secar. O primeiro resultado é o tucupi, até hoje, um ingrediente essencial na cozinha típica regional do Norte. O ameríndio nos deixou a farinha de mandioca e tudo o que dela deriva, incluindo a farofa e também o milho, junto com a pipoca. Nos ensinou a tomar guaraná e o mate. O portugueses vieram com frutas, figo, laranja, limão melão. Especiarias, coentro, cebolinha, hortelã, alho e gengibre, além de arroz e cana de açúcar. Mas gostaram muito das bananas que apelidaram de palmito, e louvaram os camarões que já conheciam, mas não tão grandes. Trouxeram também o sal, até então desconhecido. Ensinaram os nativos a salgarem a carne, da maneira correta, o que significava “ter boa mão de sal”. Trouxeram também cravo, alecrim , erva doce, canela. O milho foi o primeiro produto da terra a fazer sucesso na Europa, o rei Dom Manuel, o considerou, quando verde “muito superior ás ervilhas mais finas”, Os africanos trouxeram inhame, melancia, açafrão, gergelim, amendoim e vários tipos de banana e coco, além da pimenta malagueta. Sua cozinha pequena mas forte, fez valer os temperos verdes e seu modo de cozinhar, modificou os pratos, substituindo os ingredientes e criou a verdadeira cozinha brasileira misturando xuxu com camarão , pratos com camarão seco e usando panelas de barro e colheres de pau. Da necessidade de utilizar poucos ingredientes e misturá-los para cozimento, os africanos criaram o que hoje é nosso prato mais tradicionar: a feijoada. O arroz se firmou como o alimento mais presente para acompanhar, carne e peixes. Do açúcar e das frutas surgiram as compotas e também do açúcar a aguardente que por ser de fácil produção desde essa época já era consumida por todas as camadas da sociedade, tornando-se efetivamente a bebida nacional Com a vinda de D. João chegaram o abacate, a nos moscada, a manga e xuxu. Conta um conto, que ele se foi chorando, por deixar sua preta cozinheira, excelente na feijoada e nos frangos assados. Uma receita, como era preparada na época do Descobrimento – Galinha Alardada – Limpe e tempere uma galinha. Em seguida com o auxílio de linha e agulha, envolva toda a galinha em fatias de toucinho de fumeiro bem fininhas. Leve ao forno brando. O Brasil, imenso em sua exensão, tem infindáveis receitas típicas de todas as regiões, descreve-la de uma só vez impossível, mas não podemos deixar de citar uma em prosa e verso – Glória ao Tutu – “Na minha qualidade de mineiro, e acostumado as coisas do meu lar, Tres meses aindei pelo estrangeiro. Vendo muita relíquia... e a jejuar. Dormia como um santo, mas à mesa. Quantas vezes sentí, um calafrio, O coração bater-me com tristeza...e o estomago bater-me de vazio... Mas um dia, na Bélgica, ditoso, Pousei na casa de um patrício amigo: Que refeição e que café cheiroso. Tive eu naquele abençoado abrigo! Que almoço e que jantar! E a pena leve. Se emperra as pautas do papel arranha: E a pena tem razão...ninguem descreve. Um tutu de feijão em terra estranha.” Louvado seja Deus, que além de ser brasileiro ainda entende de cozinha!
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