Medicina, A pílula
(Carlos Rossi; Mega Arquivo ; USP)
A pílula II
O matrimônio tardio para os pobres ou a voluntária abstenção sexual eram os únicos métodos aceitáveis de controle de natalidade. Sexualidade sem procriação era considerada prostituição. Até o final do século 19, a obscura e paciente promoção de alguns médicos higienistas iniciou a popularização de certos métodos simples de contracepção. O preservativo foi concebido inicialmente como um profilático contra infecções, e não barreira contra a fecundação; feitos de tecido, pele ou tripas de animais. O descobrimento do processo de vulcanização da borracha, em 1843, tornou-o mais sutil e barato. Em 1870, já era industrializado para a venda. O método de obstruir o acesso ao útero é conhecido desde a antigüidade egípcia quando se empregaram excrementos de crocodilo e, posteriormente compressas vegetais, em plásticos de linhos e etc, tão inconvenientes quanto perigosos. Em 1870, um médico alemão inventou o diafragma, uma lâmina elástica, que ao cobrir a maior parte da parede vaginal não precisava de ajuste prévio individual. Gregory Goodwin Pincus (1903-1967) , tinha estudos de agricultura, completados com genética e fisiologia da reprodução na Universidade de Harvard. Havia conseguido induzir a primeira parte do gênese, em coelhos da Índia. Dois anos depois , investigava os efeitos esterilizadores dos hormônios esteróides nos mamíferos, a busca de um contraceptivo oral remonta antes de Pincus, a ensaios com um hormônio feminino chamado progesterona, que vinha sendo usado para desordens menstruais e a prevenção de certas formas de aborto, porém sua obtenção era muito trabalhosa e cara. Russel e Marker, estudando um grupo de esteróides , descobriram um processo de obtenção da droga. Verificou que tais esteróides existiam em grande quantidade em algumas variantes dos yams, uma fruta de árvore silvestre mexicana. Vencendo não poucos obstáculos financeiros, recolheu 10 toneladas da fruta e sintetizou 2 mil gramas de progesterona, que custava 80 dólares o grama. Pincus descobriu os estrógenos e progestógenos derivados da progesterona e deles saiu a pílula. Os primeiros ensaios realizados em Porto Rico e Haiti demostraram sua eficácia. Tem sido aperfeiçoada para corrigir efeitos colaterais.
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