Bebidas viram biocombustível na Suécia
(Stefan Lovgren)
Uma das iniciativas da Suécia para se libertar do petróleo é a transformação de bebidas alcoólicas ilegais em biocombusível. No ano passado, o governo sueco confiscou quase 700 mil litros de bebidas alcoólicas trazidas ilegalmente para a Suécia. Cerveja, vinhos e destilados apreendidos agora não são mais simplesmente jogados no lixo, mas convertidos em biocombustível para carros, ônibus e até um trem. Mais de 1/4 de toda energia consumida na Suécia em 2004 veio de fontes renováveis (percentual mais do que quatro vezes maior que a média européia). Em 2006, a Suécia declarou vir a tornar-se a primeira nação independente do petróleo até 2020.
Para fugir dos altos preços das bebidas na Suécia, os suecos viajam para a Alemanha e para a Dinamarca em busca de cerveja, vinho e destilados baratos. Comerciantes que retornam à Suécia com maior quantidade de produtos do que o limite estabelecido no país correm o risco de ter os seus produtos apreendidos na alfândega. A quantidade de bebidas alcoólicas apreendidas pelos oficiais suecos vem aumentando nos últimos anos, fato que se atribui em grande parte ao comércio via Internet.
As bebidas confiscadas são misturadas com água e transportadas para uma instalação industrial administrada pela empresa sueca Biogas, em Linköping. Juntamente com outras fontes de combustível, como restos de animais e lixo humano, as bebidas são aquecidas e colocadas em digestores anaeróbicos. Reduzido a compostos químicos, o material orgânico gera o biogás. Quase 7 milhões de metros cúbicos de biogás é produzido por ano. No processo de produção dos biocombústiveis, a empresa produz também fertilizantes menos agressivos ao meio-ambiente, além de operar o primeiro trem movido a biogás.
Para cada litro de gasolina queimada, são produzidos 2.5 quilos de dióxido de carbono. Já as emissões dos biocombustíveis são mínimas. Em Linköping, uma cidade de 140 mil habitantes, o biogás representa entre 5 e 6% do combustível utilizado em meios de transporte, sendo que todos os ônibus públicos se utilizam de combústiveis alternativos. Entretanto, apesar da produção do biogás ser mais econômica do que a produção da gasolina, sua distribuição ainda é um problema. Na Suécia, há poucas tubulações por onde o biogás pode ser transportado, o que exige que este seja comprimido em garrafas e distribuído em caminhões, o que aumenta seu custo. O que o torna, ainda assim, mais econômico para o consumidor são os incentivos fiscais. Motoristas que usam biocombústivel economizam cerca de 40 dólares americanos por milha, em comparação aos que usam gasolina, e não precisam pagar pedágios em Estocolmo nem estacionamento em muitas das grandes cidades suecas. Cerca de 40 mil dos 4 milhões de carros que circulam na Suécia utilizam combústiveis alternativos. Em maio de 2007, a Suécia lançou um novo programa de bônus que oferece o equivalente a cerca de 1.400 dólares americanos, em dinheiro, aos proprietários de um novo carro projetado para poluir menos o meio-ambiente.
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