O Processo de Aproximação e Cooperação Brasil-Argentina Durante o Governo Figueiredo
(Amarildo Silveira)
As relações entre Brasil e Argentina, ao longo do último século, foi sempre pautada por desconfianças mútuas, ingerência de interesses externos na manutenção das cisões e na falta de comprometimento dos Estados enquanto geradores e administradores de políticas de integração. O final dos anos 70 assinala um momento de inflexão dos países capitalistas centrais – em especial os Estados Unidos – em seu objetivo de reconquistar o terreno perdido na década anterior. Isso refletiu-se imediatamente nos países de terceiro mundo, como foi o caso de Brasil e Argentina, somando os problemas reais de inserção internacional com a pressão interna pelo qual passava seus regimes militares. O contencioso envolvendo a construção das hidroelétricas de Itaipu e Corpus foi durante anos um entrave a qualquer possibilidade de aproximação entre os países. A obtenção de um acordo, já no primeiro ano do governo Figueiredo, foi um marco fundamental para a etapa de diálogo que foi seguida por acordos econômicos, políticos, tecnológicos e militares. A proposta deste Artigo é compreender como as conjunturas interna e externa impuseram um processo de aproximação e cooperação entre Brasil e Argentina onde a inflação alta e a divida externa crescente trouxeram como estigma a falta de recursos para a implementação de políticas públicas. O autor procura tornar evidente que a falta de alternativas em meio às crises política, econômica e estrutural farão deste período o momento circunstancialmente favorável a um diálogo mais estreito entre os dois países.
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