Mémorias Póstumas de Brás Cubas
(Machado de Assis)
O MUROContarei nesta página o caso do muro. Em casa de Dona Plácida, vi um papelinho sobre a mesa; era um bilhete de Virgília; dizia que me esperava à noite, na chácara. E concluía: "O muro é baixo do lado do beco". A carta pareceu-me audaciosa, mal pensada e até ridícula. Imaginei-me a saltar o muro; e, quando ia a galgá-lo, via-me agarrado por um pedestre de polícia. E que tinha que fosse baixo? Naturalmente Virgília não soube o que fez. Ohei para o papel, amarrotado, mas inflexível. Tive comichões de o rasgar, em trinta mil pedaços e atirá-los ao vento, mas recuei a tempo; o amor-próprio, o vexame da fuga, a idéia do medo...
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