Fisiologia Animal – Um Campeão de Fôlego
(Carlos Rossi; Mega Arquivo)
Campeão de fôlegoUm atleta esbelto e veloz. Se o assunto for o antílope de nome Proghorn, a descrição cai como uma luva. Correndo sobre uma esteira rolante em laboratório, não só alcançou a velocidade de 100 km/h, o 2º colocado no planeta, perdendo somente para o cheeta , o velocíssimo felídeo africano, também conhecido como guepardo; mas também manteve em 10 minutos a média de 65 km/h ou a mesma velocidade que um cavalo puro sangue inglês atinge no pico de uma corrida de 5 minutos de duração. Os melhores atletas humanos não passam de 38 km/h e só conseguem manter esse ritmo por no máximo 10 Seg. Tem 32 quilos de peso e altura por volta de 90 cm. Seus músculos são donos de uma singular capacidade de absorver oxigênio, o principal agente das reações químicas que geram energia para movimentar a maioria dos seres vivos. Quanto mais oxigenado o músculo, maior seu desempenho. O sistema respiratório do antílope fornece a seus músculos nada menos que 1 litro de oxigênio a cada 7,5 segundos. Um excepcional atleta olímpico não metaboliza mais que 1 litro a cada 45 segundos. (1,45 ml por Seg. por quilo). Era previsível que a capacidade de absorção desse antílope fosse maior que a do cavalo ou do homem; quanto maior o peso do corpo, menor a quantidade de oxigênio disponível por segundo. A grande surpresa, porém foi ele superar a média prevista para animais de seu porte. Comparado com uma cabra por ex: tem pulmões 2,5 mais amplo e concentração de hemoglobina 5 vezes maior, oxigenando os músculos com mais rapidez. Outra vantagem é a enorme quantidade de mitocôndrias presente em sua musculatura esquelética. Esses micro órgãos presentes nas células funcionam como verdadeiras usinas geradoras de força. É nelas que ocorre a transformação do oxigênio captado em energia. Libera a cada segundo 765 calorias , energia suficiente para aquecer em 1ºC cerca de 3 litros de água. Numa raia olímpica a derrota seria humilhante. Desde que deixou de ser quadrúpede, o homem se tornou um perdedor comparado com grades corredores de 4 patas, tudo começaria a cerca de 12 milhões de anos com as transformações geológicas dos continentes e o surgimento das cadeias de montanhas. Nossos remotos ancestrais se viram forçados a deixar as árvores e enfrentar os predadores em campo aberto. Há 2 milhões de anos , a posição de seu quadril foi alterada e deixou de existir a angulação de 90° em seus membros e tronco , exatamente aquilo que faz com que um antílope, cheeta ou cavalo, consiga obter uma extraordinária força de impulso para correr. Hoje os músculos humanos gastam boa parte de sua energia para sustentar cerca de 150 articulações, que embora não produzam impulso, criaram as bases da civilização.
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