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Lonnie Johonson - Blues & Ballads
(John Lester)

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Todo livro sobre jazz fala sobre blues. A maioria dos escritores, não sendo geralmente músicos, limita-se a tentar nos enrolar tecendo comentários sobre doloridas lágrimas africanas, o sofrimento, a ira e a melancolia da alma núbia escravizada. Citam depoimentos atônitos daqueles que ouviram gritos indiscerníveis que sobrevoavam campos esquecidos de algodão. Também nunca faltam referências à humilhação e ao ódio sofrido pelo povo colorido: alguns negros, em busca de libertação, suicidavam-se. Outros cantavam orações em igrejas ou clamavam por alívio ao voodoo. Outros simplesmente cantavam o blues. Alguns escribas, quando também músicos, tentam nos explicar (ou talvez confundir) dizendo que o blues é uma forma musical, composta quase sempre de 12 compassos, onde é freqüente o uso das chamadas blue notes, notas musicais instáveis que não se enquadram no temperamento usual dos 12 semitons legados por Bach. Para o desorientado leigo basta dizer que o bluesman, ao invés de utilizar as velhas e conhecidas notas DÓ RÉ MI FÁ SOL LÁ SI, passa a utilizar as notas DÓ, RÉ, MI BEMOL, MI, FÁ, SOL BEMOL, SOL, LÁ, SI BEMOL, SI. O terceiro grau blue (mi bemol) tem função exclusivamente melódica, dando aquele tom deprimente e melancólico a certas passagens do blues. O sétimo grau blue (si bemol) cumpre uma função melódica e harmônica, como que estabilizando o fraseado, além de ser bem menos sofrida que o terceiro grau. O quinto grau blue (sol bemol) é mais moderno e decorre da tendência dos músicos de jazz ao abaixamento da quinta (bemolizando a nota). Como nos esclarece brilhantemente Christian Bellest: Enquanto o terceiro grau blue associa-se melodicamente à tônica e o sétimo grau blue à dominante sem intermediário, o quinto grau blue parece requerer, para sua resolução, um trânsito pela nota de passagem do sexto grau, a subdominante. Nota forte da escala, esse quarto grau tende, por sua vez, a resolver na fundamental (dó) através da terça maior ou, com mais frequência, menor. . Entendeu agora ? . É preciso deixar claro que sempre que o quinto grau blue é utilizado como nota de ligação entre a subdominate e a terça fundamental aumentada, toda a estrutura mixolídica tende a interromper a sequência melódica determinada pela quinta diminuta, resolvendo-se ora pela aproximação da tônica de terceiro grau ou, em certos casos, afastando-se do modo dórico, opta pela atração da quarta diminuta acrescida de meio tom em relação à sexta aumentada. Ou seja, nenhuma pessoa normal entende exatamente o que é o blues. Por isso, nada melhor para o leigo que apenas ouví-lo. Fazer como o não iniciado que, mesmo sem entender os cálculos matemáticos que o levam à Lua, limita-se a entrar na nave e verificar que, de fato, a Terra é azul. .



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