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crônica - 1203
(Marlon novaes)

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1203

Caminhávamos despreocupados, eu, Roberto e o Maycon, bastantes descontraídos, pois eles me contavam como tinha sido maravilhosa a viajem deles a Florianópolis, íamos ao Fujioka para pegarmos justamente as fotos que foram tiradas na viajem, como é importante registrarmos os momentos bons que passamos em nossas vidas, pois a qualquer momento podemos ser vitimas de instrumentos repressivos despreparados e não precisamos estar em cima de um morro ou na linha vermelha do Rio de Janeiro para que isso venha acontecer, pode ser aqui no seio representativo da democracia nacional.
Devido à descontração que caminhávamos próximo a feira da Ceilândia, um lugar bastante eclético, pessoas que vão e que vêm e que quase nunca notamos a presença delas, não observamos que uma viatura da policia militar do Distrito Federal parou atrás de nós, gritando no meio do estacionamento da feira para que parássemos, nossa! não acreditei e olhei para trás para ver se era mesmo conosco, pois estávamos vestidos no mínimo conforme as normas sociais exigem, foi quando um PM esbravejou apontando uma pistola para nossas cabeças, - “Parados, os três, e coloquem a mão na cabeça”, naquele momento, onde ninguém presta atenção em ninguém, viramos a atração principal, a feira deixou de o foco das atenções, por um momento imaginei se fôssemos deficientes auditivos nesse momento não estaria escrevendo esta crônica, mas alguém estaria talvez escrevendo o meu obituário em algum jornal de grande circulação. Levamos o famoso “baculejo”, o meu irmão Maycon teve os tornozelos chutados por um PM gordinho, talvez deve ter sido inveja dele, pois o Maycon estava bem vestido e com um bronze realmente de dar inveja. Depois de tudo o PM “gordinho” ainda desferiu uma pergunta muito idiota, típica de um Sancho Panças - “de onde vocês estão vindo?”, neste momento deu vontade de rir mesmo, pois poderíamos ter falado que estávamos vindo das ilhas virgens que daria na mesma.
Depois que eles foram embora a indignação tomou conta de nós, a abordagem foi no mínimo constrangedora, estavam todos nos olhando e com certeza fazendo um monte de julgamentos sobre nós, o Maycon era o mais indignado por ter levado um chute no tornozelo sem motivo algum, foi então que decidimos ir a delegacia mais próxima, eu prontamente topei, o Roberto relutante falou: - “Não dá em nada”.
Decidimos então fazer um boletim de ocorrência na 15ª DP, chegando lá esperamos um pouco um policial bastante mal humorado nos atender, mas coitadinho só poderia estar mal humorado mesmo, já deve estar quase se aposentando e tem um salário que o coloca numa camada social aproximadamente de 10% da população brasileira que ganham mais de 10 salários mínimos. Quando chegou a nossa vez um rapaz bastante eufórico acompanhando uma sonhara que visivelmente estava espancada tomou a nossa frente, parecia que o caso era mesmo grave por isso não falamos nada, ele então pediu que este policial civil os ajudasse pois o esposo desta senhora havia espancado-a e estava com os filhos como refém ameaçando “tocar” fogo no barraco, o policial calmamente perguntou onde era o barraco, prontamente o rapaz todo animado falou: -“na M Norte”, a M Norte é muito perto da 15ª DP, e o policial falou que não podia fazer nada porque não era da área desta delegacia, a mulher ficou desesperada pedindo pelo amor de Deus pela vida de seus filhos e ele o coitadinho mal humorado mandou eles se dirigirem para Taguatinga, a delegacia da área, imaginem então quando tentamos fazer o nosso boletim de ocorrência, fomos tratados com o maior desprezo o Policial foi logo falando que não iria fazer boletim algum, que a policia pode sim abordar qualquer um no meio da rua, mais uma vez entãosentimo-nos indignados, com uma impotência muito grande em meio um total despreparo que se encontra uma das polícias mais bem remunerada do nosso pais, saímos dali com um sentimento de fragilidade e com a certeza de que a qualquer momento podemos ser abordados no meio da rua e a nossa historia de vida mudar completamente na mão de uma pessoa que pode estar num mal dia, contrariado com algo ou mesmo com inveja do brilho de felicidade e paz que é inerente de pessoas que andam de bem com a vida.



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