Psicologias
(Ana Mercês Bahia Bock; Odair Furtado; Maria de Lourdes Trassi Teixeira)
Capítulo 1
A Psicologia ou as psicologias
A psicologia utilizada no cotidiano pelas pessoas em geral, é denominada de psicologia do senso comum. O senso comum mistura e recicla saberes, muito mais especializados, e os reduz a um tipo de teoria simplificada, produzindo uma determinada visão de mundo.
Arte, religião, filosofia, ciência e senso comum são domínios do conhecimento humano.
A ciência compõe-se de um conjunto de conhecimentos sobre fatos ou aspectos da realidade (objeto de estudo), expresso por meio de uma linguagem precisa e rigorosa. Esses conhecimentos devem ser obtidos de maneira programada, sistemática e controlada, para que se permita a verificação de sua validade.
A ciência ainda tem uma característica fundamental: ela aspira à objetividade. Suas conclusões devem ser passíveis de verificação e isentas de emoção, para, assim, tornarem-se válidas para todos.
Objeto específico, linguagem rigorosa, métodos e técnicas específicas, processo cumulativo do conhecimento e objetividade são as características que permitem que denominemos científico a um conjunto de conhecimentos.
A psicologia colabora com o estudo da subjetividade. Logo, a matéria prima da psicologia é o homem em todas as suas expressões, as visíveis (nosso comportamento) e as invisíveis (nossos sentimentos), as singulares (porque somos o que somos) e as genéricas (porque somos todos assim) – é o homem-corpo, homem-pensamento, homem-afeto, homem-ação e tudo isso está sintetizado no termo subjetividade.
A subjetividade é o mundo das idéias, significados e emoções construído internamente pelo sujeito à partir de suas relações sociais, de suas vivências e de sua constituição biológica; é, também, fonte de suas manifestações afetivas e comportamentais.
A subjetividade é a maneira de sentir, pensar, fantasiar, sonhar, amar e fazer de cada um. É o que constitui o nosso modo de ser.
Entretanto, a síntese que a subjetividade representa não é inata ao indivíduo. Ele a constrói aos poucos, apropriando-se do material do mundo social e cultural, e faz isso ao mesmo tempo em que atua sobre este mundo, ou seja, é ativo na sua construção. Criando e transformando o mundo (externo), o homem constrói e transforma a si próprio. A psicologia contribui para a compreensão da totalidade da vida humana. Ela, como área da ciência, vem se desenvolvendo na história desde 1875, quando Wilhelm Wundt criou o primeiro laboratório de experimentos em psicofisiologia, em Leipzig, na Alemanha.
O verdadeiro cientista deve ter os olhos abertos para o novo.
Não se deve misturar psicologia com práticas adivinhatórias ou místicas que estão baseadas em pressupostos diversos e opostos ao da psicologia.
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