Cem anos de Relações Públicas e seus pioneiros
(Waldemar Luiz Kunsch)
O trabalho de Waldemar Luiz Kunsch nos leva a uma reflexão que existe desde que o homem começou a inventar coisas e teorias: o pioneirismo. Nesse caso específico sobre a paternidade das relações públicas no mundo e no Brasil.
Nem mesmo com os atuais “exames de DNA” seria possível chegar-se a uma certeza definitiva e, seria uma árdua missão descobrir onde, de fato, surgiu o conceito e a prática das relações públicas. Há cinco mil anos atrás, já existiam práticas parecidas, passando pelos estudos de Aristóteles (Retórica – século IV a. C), porém o termo foi cunhado pela primeira vez em 1882, por Dorman Eaton, em uma palestra denominada “The public relations and duties of the legal profession” (As relações públicas e os deveres da profissão legal).
Voltando nosso olhar para a história começamos a conhecer o trabalho de relações púbicas, com o jornalista e publicitário, Ivy Lee, em 1906, quando lança um primeiro documento falando da necessidade se divulgar os fatos com franqueza e sempre às claras, porém, seu trabalho somente é reconhecido, em 1914, em que, com uma série de ações transformou John Rockfeller Jr, que estava com sua popularidade em baixa, de um voraz capitalista em um amável ancião, sendo o primeiro a colocar em prática, algo nos moldes das modernas teorias de RP.
Na parte teórica, Edward Barnays, é o primeiro definir a figura do “consultor de relações públicas” procurando usar conhecimentos das ciências sociais para entender o que pensava a opinião pública, sua motivação e a aplicabilidade desse conhecimento nas relações públicas. Foi também o pioneiro em buscar implantar um código de ética para a profissão e buscando um maior entendimento comunicacional entre emissor e receptor.
Existia (como existe até hoje) aqueles que não vêem com bons olhos a prática de relações públicas. Para esses detratores os RP são “envenenadores profissionais da opinião pública, exploradores de tolices, fanatismo e interesse próprio” como disse o juiz da Suprema Corte dos Estados Unidos, Felix Frankfurter, em carta ao presidente Franklin D. Roosevelt.
Pioneiros no Brasil
Assim como na questão mundial, aqui no Brasil existe uma ferrenha discussão sobre quem é o pioneiro. Tanto em terras tupininquins como na América do Norte, podemos dizer que existem dois nomes que podem ser considerados “os pais” das relações públicas. A prática aparece no Brasil, em 1914, com o Engenheiro Eduardo Pinheiro Lobo, que foi contratado pela The Light and Power Co. Ltda, que hoje se transformou em AES Eletropaulo, para montar o “primeiro departamento da área no país” e é considerado o patrono da profissão, tendo a data de seu nascimento, 2 de dezembro, como o Dia Nacional das Relações Publicas.
Mas também tivemos um teórico, pioneiro nos estudos de RP, que se chamava Teobaldo de Souza Andrade, sendo que muitos estudiosos atribuem a ele uma maior importância, pelo seu vanguardismo, sua liderança e seus trabalhos que traziam um profundo rigor científico.
A importância da prática e da teoria
Independente das exaustivas discussões do que é mais importante para ser pioneiro, se o teórico ou o prático, o importante é vermos as duas coisas andarem de mãos dadas. Uma não sobrevive sem a outra. O que precisamos é de profissionais que saibam preparar press releases, programar a cobertura das mídias, redigir discursos, elaborar folhetos, atuar como lobbistas (no bom sentido) e elaborar relatórios sobre a atividade e seus resultados práticos.
Podemos afirmar que a função de relações publicas tem um papel estratégico dentro de empresas e instituições em seu papel de administrar os programas de comunicação, buscando sua eficácia, principalmente diante do fenômeno da globalização e da rapidez com que as tecnologias da informação se transformam.
É importante salientar a necessidade de se adaptar as técnicas de RP para o local onde vivemos. Não adianta copiar um modelo norte-americano para uma instituição ou empresa nacional. Temos aprofundar estudos e prática levando em consideração as peculiaridades de cada país ou região (desenvolvimento, sistema político, sistema econômico, cultura e linguagem), sem nos esquecermos de levar em conta a aplicação de princípios universais, tais como: estratégia, simetria e diversidade.
Conclusão
Baseado em tudo o que foi dito por Kunsch, podemos concluir que temos nas relações Públicas uma ciência em pleno desenvolvimento e que Lee e Lobo são os pioneiros na prática e Bernays e Andrade, seus principais teóricos.
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