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Três Pequenas Poesias e Brevíssima Biografia de Álvares de Azevedo
(Adalbam)

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(Veja outros artigos tão interessantes quanto este no site http://adalbertoantunesdemelo.blogspot.com) Álvares de Azevedo (1831 - 1852)BiografiaManuel Antônio Álvares de Azevedo (São Paulo SP, 1831 - Rio de Janeiro RJ, 1852). Cursou Letras no Imperial Colégio de D. Pedro II, no Rio de Janeiro, e em 1848 matriculou-se na Faculdade de Direito de São Paulo. Nos anos seguintes, redigiu os poemas do romance A Noite na Taverna, o drama Macário e ensaios literários sobre Bocage, George Sand e Musset. Em 1849, discursou na sessão acadêmica comemorativa do aniversário da criação dos cursos jurídicos no Brasil. Três anos depois faleceria, sem chegar a concluir a faculdade. Sua obra, que abrange também os poemas da Lira dos Vinte Anos e a prosa do Livro de Fra Gondicário, foi reunida e publicada em 1942. Álvares de Azevedo é um dos principais nomes da segunda geração do romantismo brasileiro. Seus poemas, impregnados do spleen de românticos como Byron e Musset, tratam principalmente da morte e do amor, este freqüentemente idealizado. Outro traço importante da poesia de Álvares de Azevedo, segundo o crítico Antônio Cândido, é "o gosto pelo prosaísmo e o humor, que formam a vertente para nós mais moderna do Romantismo". Soneto [Pálida à luz da lâmpada sombria]Pálida à luz da lâmpada sombria,Sobre o leito de flores reclinada,Como a lua por noite embalsamada,Entre as nuvens do amor ela dormia!Era a virgem do mar, na escuma friaPela maré das águas embalada!Era um anjo entre nuvens d’alvoradaQue em sonhos se banhava e se esquecia!Era mais bela! O seio palpitando...Negros olhos as pálpebras abrindo...Formas nuas no leito resvalando...Não te rias de mim, meu anjo lindo!Por ti – as noites eu velei chorando,Por ti – nos sonhos morrerei sorrindo!Publicado no livro Poesias de Manuel Antônio Álvares de Azevedo (1853).Lembrança de MorrerNo more! o never more!SHELLEY.Quando em meu peito rebentar-se a fibraQue o espírito enlaça à dor vivente,Não derramem por mim nem uma lágrimaEm pálpebra demente.E nem desfolhem na matéria impuraA flor do vale que adormece ao vento:Não quero que uma nota de alegriaSe cale por meu triste passamento.Eu deixo a vida como deixa o tédioDo deserto, o poento caminheiro— Como as horas de um longo pesadelo Que se desfaz ao dobre de um sineiro;Como o desterro de minh'alma errante,Onde fogo insensato a consumia:Só levo uma saudade — é desses temposQue amorosa ilusão embelecia.Só levo uma saudade — é dessas sombrasQue eu sentia velar nas noites minhas...De ti, ó minha mãe, pobre coitadaQue por minha tristeza te definhas!De meu pai... de meus únicos amigos,Poucos — bem poucos — e que não zombavamQuando, em noite de febre endoudecido,Minhas pálidas crenças duvidavam.Se uma lágrima as pálpebras me inunda,Se um suspiro nos seios treme aindaÉ pela virgem que sonhei... que nuncaAos lábios me encostou a face linda!Só tu à mocidade sonhadoraDo pálido poeta deste flores...Se viveu, foi por ti! e de esperançaDe na vida gozar de teus amores.Beijarei a verdade santa e nua,Verei cristalizar-se o sonho amigo....Ó minha virgem dos errantes sonhos,Filha do céu, eu vou amar contigo!Descansem o meu leito solitárioNa floresta dos homens esquecida,À sombra de uma cruz, e escrevam nelas— Foi poeta — sonhou — e amou na vida.—Sombras do vale, noites da montanhaQue minh'alma cantou e amava tanto,Protegei o meu corpo abandonado,E no silêncio derramai-lhe canto!Mas quando preludia ave d'aurora Publicado no livro Poesias de Manuel Antônio Álvares de Azevedo (1853). Poema integrante da série Primeira Parte.Minha DesgraçaMinha desgraça, não, não é ser poeta,Nem na terra de amor não ter um eco,E meu anjo de Deus, o meu planetaTratar-me como trata-se um boneco....Não é andar de cotovelos rotos,Ter duro como pedra o travesseiro....Eu sei.... O mundo é um lodaçal perdidoCujo sol (quem mo dera!) é o dinheiro....Minha desgraça, ó cândida donzela,O que faz que o meu peito assim blasfema,E' ter para escrever todo um poema,E não ter um vintém para uma vela.



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