O Fantoche de Rua
(Isabel Andrea)
Ver: isaandrea.blogspot.com : "Ma vie en Rose"
OS FANTOCHES DE RUA
Antigamente, os fantoches andavam pelas ruas, pelas feiras e romarias, pelas praias e jardins, animados pelos seus fantocheiros que calcorreavam o País, fazendo rir as populações e procurando ao mesmo tempo algumas moedas para o seu sustento.
Quem os viu, recorda com saudade, as histórias fantásticas contadas pelos pequenos bonecos de madeira vestidos com trapos berrantes que irrompendo por trás de ma barraquinha montada em poucos minutos com quatro paus e um bocado de chita, começavam por um:
RRRRRRRRRRRRRESPEITÁVEL PÚBLICO……………….
A FIGURA QUE PODEMOS AINDA RECORDAR NO NOSSO País é a do Sr. António Dias que manteve durante a sua vida o Teatro “Dom Roberto” e que apregoava com a voz alterada por uma palheta construída para o efeito:
“ MARRRRRAVILHOSAS HISTÓRRRRRIAS DE DOM ROBERTTTTO”
Miúdos e Graúdos corriam a juntar-se em frente da barraquinha onde se desenrolavam histórias engraçadíssimas, misturadas com pauladas e gracejos populares que faziam rir os espectadores mais sisudos e que fizeram adeptos até hoje.
Mas é preciso acrescentar que o jogo dos fantoches é tão velho como o próprio Mundo e que todos os povos fizeram e fazem dele um meio de expressão privilegiado.
O luto, a alegria, o poder e a revolta, o amor e a bondade, o triunfo do bem sobre o mal, tudo pode ser dito por um boneco, basta que a palavra provoque um estado de espírito especial como o riso ou o sonho.
Foi amado e usado por artistas, dramaturgos, escritores, filósofos, professores e educadores em geral, tem sido de extrema eficácia em campanhas de sensibilização aos hábitos higiénicos e de saúde, sabendo-se que foi usado pela Cruz Vermelha em determinados Países como estímulo persuasivo, na vacinação infantil.
O Teatro de Fantoches tem um papel importante no ensino. Pode ser usado na lição de vocabulário, na articulação da palavra, na construção do diálogo, na expressão plástica, etc…
Modernamente, em Portugal as campanhas ambientais mais directas e com maior sucesso, têm sido aquelas em que os fantoches são os portadores das mensagens de educação populacional quer para adultos, quer para crianças aliando à palavra o tom jovial e o poder mediático que o “boneco caricatura” introduz como imposição da sua opinião sem que o espectador tenha plena consciência disso.
Os jardins circundantes de Lisboa têm actualmente alguns espectáculos de fantoches durante a época de Verão o que vem aumentar a frescura e alegria destes espaços, comunicando também aos méis velhos uma certa nostalgia dos personagens do passado que povoaram a sua imaginação, por vezes nos mesmos locais onde hoje procuram o seu sol.
Faz pois o maior sentido que os façamos renascer em todo o lado como outrora acontecia, e por isso, se não encontrarmos ou não podermos pagar o preço de materiais mais sofisticados, partamos pois para a aventura desta época: a reutilização do material através do. Poder criador da nossa imaginação.
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