BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


ZÉ MANÉ e JOÃO NINGUÉM parte 2
(Arimar Vieira da Costa)

Publicidade
ZÉ MANÉ e JOÃO NINGUÉM parte 2É ....o casamento parecia estar chegando ao fim. Zé Mané fica revoltado e diz a um amigo: _ Que merda cara ! A gente sustenta uma mulher durante anos, basta você cair em uma dificuldade mesmo que seja momentânea para ser desprezado. E o amigo lhe responde, também com ares de revolta: _ Meu caro, um homem suporta uma carga dessa a vida inteira sem reclamar, mas uma mulher passa a humilhar o companheiro por um breve momento em que ela segura as cargas de uma casa e só não se importa em ajudar se for um garotão, mesmo que o sujeito jamais tenha lhe dado alguma coisa e isso eu já cansei de ver. Zé Mané até era esclarecido, conversava de maneira bem popular, mas sabia colocar os verbos em seu devido lugar e ao ficar entre pessoas de maior cultura dialogava sem nenhum embaraço, tinha boa saúde e uma aparência dentro dos padrões exigidos pela sociedade, mas nem assim arrumava emprego, o que fazia com que perdesse o respeito próprio, já estava julgando-se inútil, imprestável. Um certo dia ao sair para de novo procurar emprego, encontra um conhecido com um carrão, quase do ano, que ao vê-lo, pede um minuto de prosa, oferecendo-lhe carona. Durante o caminho pergunta a Zé Mané como vai a vida. Zé Mané diz-lhe o que estava acontecendo. Este conhecido esbraveja com Zé Mané: _ Deixe de ser otário! Com a idade que você está nunca vai conseguir trabalho, veja o desemprego e não é só aqui não, eu viajo pelo país inteiro e é só o que vejo. Se você quizer trabalhar comigo, te garanto que conseguira levantar um bom dinheiro. Zé Mané fica eufórico e pergunta ao conhecido que trabalho seria e o conhecido responde-lhe: _ Drogas, meu caro! Nada dá tanto dinheiro como drogas! _Não, não e não responde Zé Mané assustado.... isso é muito perigoso, a polícia nos prende e já soube de várias pessoas que morreram envolvidas nisso. O conhecido dá uma sonora gargalhada e explica para o amigo: _ Cara, isso é um negócio muito rentável, por trás desse comércio está um batalhão de pessoas endinheiradas e alguns dos figurões responsáveis pela administração pública, que aparecem em noticiários como salvadores da pátria, onde de vez em quando prende-se alguém, porém é para dar uma satisfação para a sociedade, logo é solto e quando você vê morrer alguém pode ter certeza que é algum sujeito que tenha dado uma grave mancada, dedo-duro, viciado ou um concorrente e que ao morrer passa por perigoso traficante, mas nem sempre o é. _ E se a polícia me prender, como vou encarar minha família, eu não conseguirei olhar nos olhos de minhas filhas e de minha esposa. Diz Zé Mané que está acostumado a andar correto, entretanto não está encontrando saída. _ Porra meu, você é inteligente, saberá se comportar e poderá dar o conforto que sua família merece e precisa, basta trabalhar direitinho. Lhe dou alguns dias para pensar, este é meu telefone e ficarei aguardando um retorno seu. Quanto a ser preso fique tranquilo, só peixe pequeno é que vai preso, sempre foi assim. Aquela cena não sai da cabeça de Zé Mané, o amigo de carrão e roupas muito boas, relógio dourado no pulso, correntes de ouro no pescoço, que passa a pensar besteiras, mas pensa na família e resolve esquecer o assunto. Durante alguns meses tenta sem nada conseguir, já estava ficando desesperado e lembra do amigo, resolve então procurá-lo. Quando o amigo ouve sua voz, prontamente reconhece-o e dá-lhe um endereço para que pudessem conversar melhor. Vão até uma lanchonete bem afastada da área central e pede ao dono que Não sejam incomodados. Passa todos os procedimentos a Zé Mané que ouve atentamente. No dia seguinte já iria começar esse novo empreendimento. Em muito pouco tempo Zé Mané muda de vida, passa a andar arrumado e compra um carro. A esposa preocupada pergunta-lhe o que estaria fazendo, pois a mudança estava sendo muito brusca, mas a resposta é que estaria trabalhando como corretor e teria tido muita sorte vendendo vários imóveis. Nesse trabalho passa a conhecer vários policiais, com os quais fazia os acertos em espécie mensalmente e também combinariam as apreensões que os mesmos teriam que fazer de vez em quando para satisfazer os anseios da sociedade. Como era uma cidade com vários sítios, aconselharam Zé Mané a buscar bosta de vaca e que deixasse secando, pois a mesma quando seca fica idêntica ao "bagulho" e também quem seria preso, tudo como encenação e depois os soltariam. Como era bem controlado com seus gastos, passa a negociar com dinheiro próprio alguns negócios. Durante muito tempo ganha rios de dinheiro, causando preocupação do amigo que o colocara nisso, que o chama para conversar. _ Zé Mané, você está indo longe demais, logo os chefões ficarão amedrontados e poderão tomar uma atitude de represália contigo, estou lhe avisando pois, gosto muito de ti. Zé Mané ignora o aviso e começa a frequentar altas rodas, conhece prefeito e várias outras celebridades do município, muda-se para uma casa que mais parecia uma fortaleza medieval rodeada de seguranças, que também passam a acompanhá-lo e seus familiares, onde quer que fossem. Logo domina o tráfico da região, eliminando seus antigos patrões. Na procura de outros locais para expandir seus lucrativos negócios encontra problemas, mas, resolve com a eliminação dos concorrentes. Zé Mané tinha se tornado uma pessoa amarga e violenta, entretanto para a família era exemplar, até ajudara alguns parentes de sua esposa, mas não revelava suas atividades. Certo dia em seu laser, em uma praia, vê uma pessoa pegando latinhas de aluminio e reconhece-o, chamando para tirar a dúvida: _ Senhor, já não lhe conheço de algum lugar? O senhor sem levantar a face diz-lhe que poderia ser dalí mesmo, pois já fazia tempo que morava nas imediações. Zé Mané insiste e pede que lhe olhe nos olhos reconhecendo imediatamente. _ João ninguém! Cara como você está acabado! O que aconteceu contigo? Sente-se aqui e me conte. João ninguém até que reconheceu o amigo, porém ficou envergonhado pela situação que estava atravessando, como não teve como desviar sentou e esclareceu: _Zé Mané, há muito tempo que estou procurando emprego, todavia depois que passei dos quarenta anos tem sido difícil, houve ocasiões em que quem me entrevistava perguntava-me se a vaga era para meu filho e em alguns casos, nem resposta me davam, gargalhavam e eu acabava entendendo e me retirava arrasado. Perdi família, dignidade e auto estima, ando o dia todo pegando latinhas para sobreviver. Zé Mané, voltando no tempo lembrou-se que alguém um dia o ajudara e conversa com João Ninguém, mas quando explica o "trabalho" , João ninguém que sempre fora honesto recusa imediatamente, diz-lhe que preferia ficar o resto da vida pegando latinha. Aí....... Zé Mané, fala ao amigo que também tivera esta guerra com a própria consciência e após muito pensar, mudou de idéia e hoje estava colhendo os frutos, apesar de ser de origem sombria e desonesta, tinha conforto, respeito e um padrão excelente de vida, onde vivia como celebridade. Após breve silêncio, Zé Mané entrega um telefone ao amigo e diz-lhe para pensar e que se mudasse de idéia, bastaria procurá-lo que seria prontamente atendido. Depois de vários meses, ... na casa de Zé Mané toca o telefone. Era João ninguém. Pensou muito e resolveu aceitar a mão do amigo. Combinam local e horário para tratarem do assunto. Tudo resolvido e João Ninguém começa a "trabalhar".



Resumos Relacionados


- ZÉ ManÉ E JoÃo NinguÉm Parte 3

- Zé ManÉ E JoÃo Ninguem Parte 1

- As Incriveis Historias Do Futebol

- Cacau

- Otelo



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia