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O VENDEDOR
(Arimar Vieira da Costa)

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O VENDEDOR Jean Claude, comerciante de óculos de sol, tendo percebido uma queda muito grande na venda de seus produtos, resolve fazer uma experiência em um local de grande passagem de pedestres. Via-se constantemente em noticiários que a pirataria estaria acabando com o comércio e a industria e julgava os vendedores de rua, chamados de marreteiros ou camêlos, por este fracasso. Procurou bastante e comprou uma espécie de painel para expôr as mercadorias e um local já estava escolhido, era um conjunto habitacional bem populoso, próximo a um supermercado bem grande e movimentado. Separou alguns óculos de sua loja, que venderia por quarenta e cinco/ cinquenta reais e até cem reais, os colocou em preços bem populares, depois de fazer uma pesquisa de preços junto a trabalhadores de rua. Levou um de seus funcionários para ficar junto dos produtos expostos e ficara uns quinze ou vinte metros adiante para avaliar. Durante uns três dias ninguém os notara alí, até que para alguém, por breve momento e logo em seguida vai embora, somente perguntara o preço disse o funcionário que para ti trabalhava . Jean Claude achou engraçado a postura das pessoas que por ali passavam, que olhavam com desdém para o painel , levantando o queixo e olhando para outro lado, quando passavam próximo. Alguns chegavam a atravessar a rua, que tinha um gande fluxo de automóveis, outros com crianças chegavam a esbravejar dizendo:- Se pedir alguma coisa vai apanhar aqui na rua mesmo. Alguns rapazes indagavam: Aí tio, quanto custa. Depois de dito o preço:- Dá pra descolar um bagulho desse aí, depois se pá a gente vê essa parada, morô! Uma mocinha, já mamãe, com o filho do lado, magérrima, com os dentes quase todos podres, feia e de hábitos horríveis, pois a tinha visto ficar em frente ao prédio que morava, que era próximo de nós, pedindo cigarros a quem passasse e por algumas vezes até um trocado para comprar leite para a criança, dizia ela. Chega em frente ao painel e escolhendo um óculos infantil, pôe no rosto da criança que lhe acompanhava e diz que pagaria no dia seguinte, onde foi recusada a proposta, deixando a mocinha muito nervosa alegando que mereceria até ser furtado, pois era muito regulado. Jean Claude que achava anteriormente ser um local onde venderia bem, pois o fluxo de pessoas era muito grande, decepcionou-se, mas como o intuito era para fazer uma pesquisa resolveu prosseguir por mais uns dias As pessoas não sabiam que as mercadorias eram de boa procedência, julgavam eles serem produtos importados do Paraguai onde ouviu por várias vezes, como dito anteriormente ficava um pouco longe do local da venda, exatamente para avaliar o comportamento do pessoal:- Quando eu quero comprar um óculos de sol, eu vou no shopi , não compro estas porcarias do Paraguai e seguiam para o supermercado, voltando tempo depois com as sacolinhas de compras. Precisavam ele e seu funcionário comer alguma coisa, como não havia onde nas proximidades, resolve ir ao supermercado comprar frios e pães. Quando entra percebe uma grande fila e ao passar próximo percebe algumas pessoas que tinham falado mal da mercadoria que venderia, desconfiados e olhando meio de esgueio para todos os lados, alguns até de cabeça baixa. Era uma fila para negociação de atrazo, onde as pessoas compravam com uma espécie de cartão de crédito, que seria do proprio supermercado, e tendo vencido o prazo para pagamento, teriam que negociar, parcelando. No caixa, uma outra senhora muito mal educada discutia com a funcionária do supermercado que disse ser necessário tirar alguma coisa porque o cartão dela estaria com o limite estourado, que aos brados retirou. Esta mesma senhora chegou a ofender seu funcionário, quando se dirigia para fazer suas compras, chamando-o de vagabundo, que estaria em local de passagem pública eo denunciaria aos orgãos competentes. Teve dia que indignara-se por ficar o dia todo, naquele local e nada vender, aí lembrava que estaria pesquisando e ria quando fazia confusão em sua mente, pois não necessitava vender nada, somente queria ter uma idéia de o por que das vendas irem tão devagar. Ficou contente e triste ao mesmo tempo, contente pois as informações que eram vinculadas em jornais e televisão, dizendo para não adquirir este tipo de produto de qualquer um, só em locais especializados davam resultado e triste porque percebera o quanto sofre uma pessoa que realmente necessita de vender alguma coisa para sobreviver, nas ruas, como as pessoas humilham e desfazem, as vezes numa situação bem pior que a deles, lembrando-se do que vira anteriormente no supermercado. Andou olhando alguns apartamentos, dizendo estar interessado em comprá-los e pode perceber que se tratava de um favelão de concreto, pois o seu banheiro era maior que os cubículos que tivera visitado, e não entendia o motivo de tanta arrogância e tanta pose de um povo tão pobre, não todos, algumas pessoas que conhecera até que eram bem humildes e de boa prosa. Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com fatos e/ou pessoas terá sido mera coincidência.
Arimar Vieira da Costa



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