Keynes resumão
(internet e Perspectivas Econômicas para os Nossos Netos)
JOHN MAYNARD KEYNES
Keynes trata em “Perspectivas Econômicas para os Nossos Netos” dos distúrbios causados por um crescimento rápido e das dores da adaptação de um período econômico para outro se projetando para o futuro. A partir da Crise da Bolsa de 1929, o mundo foi acometido por um pessimismo com relação ao sistema econômico vigente, porém, para ele, tal crise não se trata da decadência do capitalismo, mas sim, de um período passageiro de instabilidade.
Keynes enfatiza que desde os tempos mais remotos até o início do século XVIII, o nível de vida do homem não passou por grandes transformações. Essa lenta taxa de progresso seria decorrência de dois fatores principais: a ausência de invenções técnicas relevantes e a inexistência de acumulação do capital. A partir da Idade Moderna, o aumento de preços – resultando em mais lucros – determinado pelos tesouros de outro e prata trazidos do Novo para o Velho Mundo proporcionou a acumulação do capital baseado, até hoje, nos juros compostos e nos extraordinários impostos aplicados sobre eles.
Keynes, tencionando exemplificar o poder dos juros compostos, elogiou os investimentos da Grã-Bretanha no exterior com base neles que possibilitou o pagamento da sua dívida externa e a transformação de poucas libras em bilhões.
RESULTADO DA IDADE MODERNA: apesar do crescimento demográfico acelerado, o nível de vida aumentou; portanto, não devemos esperar um maior crescimento populacional a partir de então; já os melhoramentos tecnológicos abrangeram todos os setores da economia a taxas muito mais altas que as anteriormente registradas na história.
DESEMPREGO TECNOLÓGICO: uma das conseqüências negativas da evolução acelerada que afeta todos os países desenvolvidos. Consiste na redução de mão-de-obra que novos equipamentos e métodos trouxeram e na incapacidade, a curto prazo, de absorvê-la – fase transitória de desequilíbrio.
“A humanidade está caminhando para a solução de seu problema econômico”.
“Daqui a cem anos o nível de vida dos países (na época) em desenvolvimento será bem superior”.
Keynes classifica, ainda, as necessidades do homem de forma bastante semelhante a Aristóteles. Absolutas: são indispensáveis e limitadas – fome. Relativas: supérfluas e ilimitadas, nos conferem satisfação ao nos fazer sentir superiores aos nossos semelhantes; maior o nível geral, maior se tornam – bens materiais não perecíveis.
O crescimento do capital faz com que as pessoas atinjam a saciedade de suas necessidades absolutas mais rapidamente e, assim, se dediquem com maior intensidade em busca das relativas.
CONCLUSÃO (desconcertante de seu ponto de vista!!!)
Conforme Keynes, até então, o principal problema da humanidade era de ordem econômica, mas, futuramente, não será mais. Surgirá, pois, um novo problema: as pessoas perderão o objeto de sua luta diária.
Será um bem? Se acreditarmos nos valores da vida sim, mas quanto ao redirecionamento de hábitos incorporados no homem por gerações e cujo abandono lhe será proposto, causa pavor a Keynes.
“Para quem sua pelo pão de cada dia, o tempo livre é um prazer cobiçado até o momento em que o alcança”.
* COMO EMPREGAR O TEMPO LIVRE PROPICIADO PELAS CIÊNCIAS (TECNOLOGIA) E PELOS JUROS COMPOSTOS?
Fazer-se-á necessária a substituição da nossa perícia no trabalho por uma perícia na vida, já que aumentará muito a quantidade de tempo livre de todos nós.
É pavorosa a idéia de não saber o que fazer em tempos de abundância e momentos livres. Porém, isso não deverá conduzir ao ócio, pois o homem tem uma vontade de trabalhar enraizada em sua essência. Keynes sugere, então, turnos de três horas por dia para manter sob controle o problema da quantidade de trabalho que caberá a cada um, pois o que restará deste será mínimo.
Caberá, ainda, ao homem buscar o desapego do “dinheiro pelo dinheiro”, com a promoção de uma mudança no código moral a fim de reconhecer seu verdadeiro valor: meio de aproveitar os prazeres da vida. Nos livraremos de hábitos sociais e práticas econômicas referentes à distribuição de riqueza e às recompensas e penalidades econômicas desagradáveis e injustas que são imprescindíveis para a acumulação de capital. Contudo, sempre existirão pessoas visando à sua acumulação infinita. Será preciso, portanto, dar maior valor aos fins que aos meios. Keynes condena, ainda, os homens “compromissados” que preocupam-se mais com os futuros resultados de suas ações que com sua qualidade ou efeito imediato. (HISTÓRIA)
CUIDADO!!! Keynes alerta que o momento de então (1930) ainda não é a expressão desse estado de tempo livre e abundância, mas que, no entanto, o mundo já está caminhando naturalmente para tal. O ritmo do processo será ditado por 3 fatores: controle demográfico, ausência de guerras e acumulação capitalista. A avareza, agiotagem e prudência são os princípios que temos que seguir até o alcance do estado de abundância e tempo livre.
Por fim, afirma Keynes que compete aos economistas a resolução dos problemas econômicos: “Se os economistas conseguissem ser vistos como gente humilde, de competência específica, tal como os dentistas, seria maravilhoso”.
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