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Literatura: ORIGEM DO SADO-MASOQUISMO
(Carlos Ceia)

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LITERATURA ERÓTICA.    (Condensação do original de Carlos Ceia).Gênero literário que inclui toda a literatura licenciosa, dirigida para a libertação do desejo sexual ou do amor sensual, independentemente do grau de licenciosidade, o que levaria, como alguns entendem, a uma distinção entre literatura erótica (menos licenciosa) e literatura pornográfica (abertamente licenciosa). Esta distinção está longe de ser válida para toda a literatura que descreve experiências do desejo sexual e do amor explícito. Se atendermos ao fato de que até ao final do século XIX, por força da moral estabelecida canonicamente, toda a literatura que ofendesse os bons costumes, excitasse claramente o apetite sexual ou cuja linguagem incluísse termos licenciosos ou obscenos era considerada “erótica”, com uma forte carga pejorativa, então não devemos ser nunca capazes de estabelecer um critério rigoroso para distinguir o que é erotismo do que é pornografia.    Por estas razões, e porque a base de todo o desejo sexual é a relação amorosa (o elogio de eros) e não necessariamente a relação pornográfica (do grego porné, “cortesã, prostituta”, logo o elogio da prostituição), optamos por consagrar a entrada deste verbete a partir da designação mais universal de literatura erótica, ficando implícita a inclusão da literatura que se considere pornográfica, mas também obscena, indecente, libidinosa, licenciosa, ultrajante, etc., adjetivos com os quais tem convivido sinonimamente. A literatura erótica do século XVIII encontra no português Bocage um exemplo de como é possível não estabelecer limites ao grau de licenciosidade no texto literário. Na sua obra mais marginal, Poesias Eróticas, Burlescas e Satíricas, podemos ler versos como estes que apresentam o Poeta como um sofredor de amor no mais alto grau de licenciosidade: “Lavre-me este epitáfio mão piedosa: // ‘Aqui dorme Bocage, o putanheiro: / Passou a vida folgada, e milagrosa: / Comeu, bebeu, fodeu sem ter dinheiro.’ “. Pela mesma altura, o inglês John Cleland publica Fanny Hill: Memoirs of a Woman of Pleasure, (1748),  que lhe valeu de imediato a prisão sob a acusação de ter publicado um livro pornográfico, ofensivo para os bons costumes. O romantismo alemão também nos legou obras como a coleção de poemas eróticos com que Goethe contribuiu para a revista dirigida por  Schiller, Die Horen, onde se incluem as Römische Elegien (1795; Elegias Romanas, 1876), poemas inspirados na relação amorosa de Goethe com Christiane Vulpius. Mas neste século XVIII poucos ganharam lugar de maior destaque na história da literatura erótica do que o exemplo do Marquês de Sade(1740-1814) escritor francês cuja obra foi amaldiçoada publicamente enquanto viveu. Os constantes atentados ao pudor, a prática quase selvagem de relações sexuais que não conheceram limites, e as ofensas à moral levaram-no à prisão várias vezes, onde escreveu a maior parte das suas obras, sob rigorosa censura. De salientar os romances Cent vingt journées de Sodome (Cento e Vinte Dias de Sodoma, 1782-1785) e Justine ou les malheurs de la vertue (Justina ou as Infelicidades da Virtude, 6 volumes, 1791-97). Cento e Vinte Dias de Sodoma, obra de esgotamento criativo, onde Sade julgava ter alcançado o seu próprio limite, perdeu-se na Bastilha, onde tinha estado preso durante dois anos. As mais de 300 páginas do livro foram recuperadas mais tarde por um carcereiro, que as encontrou. Sade também soube descrever, com rigor filosófico, as suas próprias experiências sexuais, bizarras, agressivas, obscenas, pouco ortodoxas e sempre a roçar os limites do desejo libidinoso.  Esta personalidade fortemente inclinada para o excesso da vida sexual, com recurso a todo o tipo de perversão, fez com que o seu nome se consagrasse para designar um tipo de neurose ou pulsão agressiva aque os psiquiatras chamam sadismo. A procura do prazer pela dor não é um exclusivo do sadismo. O austríaco Leopold Franz Johann Ferdinand Maria Sacher-Masoch (1836-1895) ficou conhecido por um outro tipo de perversão sexual, o prazer obtido pela dor física e pelo sofrimento corporal, pulsão que foi  imortalizada com o nome de masoquismo. Masoch foi um aristocrata letrado, escritor de qualidade, tendo-nos legado histórias eróticas de indivíduos que só alcançavam o prazer sexual se fossem chicoteados, por exemplo: Eine Galizische Geschichte (Uma História Galega, 1846); Der Don Juan von Kolomea (O Don Juan de Kolomea, 1866); Das Vermächtnis Kains (O Legado de Caim, 1870-1877), que inclui o famoso romance erótico Venus im Pelz (A Vénus das Peles, 1874). Em França, o ano de 1857 é particularmente importante para a literatura erótica: Gustave Flaubert publica o romance Madame Bovary, imediatamente classificado como pornográfico por tomar como tema as experiências de adultério de uma jovem provinciana casada com um viúvo medíocre, mas que há-de marcar o ponto de partida da época de ouro do romance realista.



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