A Casa dos Loucos, O Movimento Anti-Psiquiátrico de Michel Foucault
(Rodrigo Broietti e Lucas Accorsi)
O movimento da anti-psiquiatria surgiu, no
final do século XIX, caracterizou-se por ser um movimento que reagia contra as
estruturas asilares da psiquiatria. Esse movimento contrariava as estruturas
asilares (ambientes onde se tratava os loucos), pois eles condenavam a maneira
como o poder dos médicos se exercia (sobrepunha) sobre os loucos – doentes
mentais – os quais eram tratados isoladamente da sociedade – não conviviam ao
lado de seus familiares, não tinham (recebiam) influências externas; eram
tratados como “robôs” ou até como “animais”, pois eram obrigados a seguir um
regime médico, era imposto a eles hábitos intelectuais e morais os quais não
poderiam ser violados, eram adestrados a fazerem tudo o que era pedido. Este
regime, esta estrutura asilar feita pela psiquiatria, leva uma separação entre
aquele que tem o poder e aquele que não tem – o doente mental nesse caso era
tratado como um cidadão sem direitos, o médico e os enfermeiros podiam fazer o
que bem entendia com seus pacientes com problemas mentais. Na prática e no
pensamento psiquiátrico clássico a uma relação de poder o qual é mascarado e
invisível.
A
anti-psiquiatria vem contrapor todos estes fatores existentes na psiquiatria, e
tem como intenção mudar este tratamento do louco, mudar como ele é
caracterizado, como ele é visto, mudar a relação paciente médico, e do poder
que é dado ao médico.
Assim
como dito por Foucault, no livro “A Micro-Física do Poder”: “A antipsiquiatria pretende desfazer
este jogo de relação de poder existente na psiquiatria clássica, dando ao
indivíduo a tarefa e o direito de realizar sua loucura levando-a até o fim numa
experiência em que os outros podem contribuir, porém jamais em nome de um poder
que lhe seria conferido por sua razão ou normalidade, mas sim destacando as
condutas, os sofrimentos, os desejos de estatutos médicos que lhe tinham sido
conferidos, libertando-os de um diagnóstico e de uma sintomatologia que não tinham
apenas valor classificatório, mas de decisão e de decreto invalidando enfim a
grande retranscrição da loucura em doença mental”.
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