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O Pan das contradições
(Litrento)

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Eu sou muito fã do esporte. Me delicio assistindo a um bom futebol, uma partida de vôlei, um atletismo, um boxe, e uma infinidade de outros esportes. Quando posso, até pratico alguns. Mas, antes de qualquer coisa, sou fã da boa gestão do dinheiro público, da racionalidade, do equilíbrio no manejo do bem público. Não dá pra ficar indiferente ante a situação pela qual todos nós estamos vivendo. Os jogos Pan-americanos são muito bem-vindos, mas seriam ainda mais se realmente tivéssemos condições de recebê-los. Não adianta jogar a sujeira pra debaixo do tapete nesse período e, depois, voltarmos à dura realidade. Até alguns dias antes do início da abertura oficial dos jogos, o Rio de Janeiro vivia um verdadeiro Pan-americano da guerra urbana, onde diversos atletas do crime organizado e da polícia mal-preparada batiam seus recordes de tiro-ao-alvo, balas perdidas e de excesso de violência. Os embates entre a polícia e os traficantes eram incessantes. Os assassinatos ocorriam a cada minuto. E, num passe de mágica... Pára tudo! Começou o Pan! Polícia e bandidos apertam as mãos. “Aê, meu irmão! Vamo dá um tempo, morô? Junta os polícia pra assistir os jogos lá no morro, que nós prepara um churrasquinho!”. Mas não é bem assim. É que a grande mídia está ocupada demais fazendo a cobertura do Pan, por isso a gente não escuta mais falar nisso. “Que é isso? Esquece essa história! O que é que os gringos vão pensar da gente?”, retrucaria algum político, se o assunto voltasse a ser discutido. Por isso as manchetes são outras. Mas, vamos ao que interessa. O governo federal, juntamente com o estadual e municipal do Rio, desembolsaram, juntos, quase 4 bilhões com o evento. Até uma mini-cidade foi construída em tempo recorde para abrigar os atletas. Só com o dinheiro despendido para erguer o estádio olímpico João Havelange (cerca de R$ 166 milhões) daria para construir mais de 10 mil quadras, das mais simples, de cimento, onde tantas escolas públicas almejam para a garotada praticar uma simples atividade física. Isso porque eu nem quero entrar em questões onde, concomitante ao Pan, há o caos na saúde pública, onde hospitais estão em completo abandono, os nossos idosos estão à míngua nas filas do INSS, as crianças estão morrendo de fome e por falta de saneamento básico nas favelas e periferias desse nosso Brasil, etc, etc. Eu sempre fui um otimista inveterado. Quero acreditar em dias melhores, e sei que virão. O meu amor pelo esporte vai até onde não se respeita a dignidade da pessoa humana. Um valor constitucional, não observado por quem de direito. Quando escrevo algo assim, pessoas me tacham logo de “cara chato”, “ideologistazinho barato”, e por aí vai. Mas se eu não escrevo, estou contribuindo para que permaneçamos nesse caos urbano e nessa hipocrisia. Prefiro ser tachado do que quiserem me tachar. É bom, é democrático. Só quero deixar bem claro que sou a favor de todo e qualquer tipo de manifestação esportiva, cultural, etc., mas, aliado ao bom desempenho em receber eventos de grande magnitude, o Brasil também precisa mostrar ao mundo, como um país sério e que pretende ser competitivo, que o nosso social vai muito bem obrigado. É isso. Vamos torcer!



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