CONSTRUINDO E DESTRUINDO OSSOS
(Luiz Carlos de Moraes)
CONSTRUINDO E DESTRUINDO OSSOS
Por mais de um século, estudiosos pesquisaram o chassis da máquina humana a que chamamos ossos. Galileu-1683, estabeleceu uma relação direta entre o tamanho dos ossos e o peso corporal. Seus sucessores concluíram que existe um processo demolidor-construtor, servindo de base para Julius Wolff (anatomista alemão) publicar, em 1892, a Lei da Transformação Óssea. Concluiu que a quantidade de exercícios com pesos pode mudar a estrutura dos ossos para melhor ou para pior. O Dr. Fuller Allbigh 1940, foi quem usou pela primeira vez o termo OSTEOPOROSE, para identificar uma doença dessa estrutura que nos parece ser tão forte. O osso, ao contrário do que possa parecer, não é totalmente rígido como uma pedra. Apresenta uma certa elasticidade sendo esta, uma das suas propriedades. É formado basicamente por duas porções: orgânica e mineral. A primeira é formada pelo colágeno constituindo a substância fundamental e boa parte responsável pela resistência e elasticidade do osso. A mineral é responsável pela dureza e rigidez por causa do fosfato de cálcio (85%), carbonato de cálcio (10%), e pequenas quantidades de fluoreto de cálcio e de magnésio. O processo de demolição e reconstrução pode ser comparado a uma caderneta de poupança, na qual vai-se depositando, rendendo juros, e fazendo-se retiradas. Os depósitos chamamos Osteoblastos (processo de reconstrução do osso). "B" de Bom. As retiradas chamamos de Osteoclastos (processo de demolição óssea). "C" de crise. Se a retirada for maior que o depósito e os juros, ocorrerá então a doença. Porém, se a conta for crescendo, o que é normal, chegará, no caso dos ossos, a um ponto limite, e dependendo do modo como tratamos nosso organismo, permanecerá estável. É o que Kenneth Cooper chama de: "o princípio do pico de massa óssea". Segundo ele, esse pico geralmente acontece entre os 25 e 40 anos. Tal como a poupança citada, que dependerá da redução de despesas para ela crescer, a saúde dos ossos vai depender dos fatores que podemos controlar. Segundo o Dr.Charles Pak - Diretor do Centro de Metabolismo Mineral e de Pesquisa no Centro Médico da Universidade do Texas são: 1) Fumar baixa os níveis de estrogênio das mulheres. 2) O hábito de não ingerir laticínios, maiores fontes de cálcio, que é a matéria prima do esqueleto, pode influir diretamente em não atingir-se o pico ósseo. É recomendável em todas as idades: os jovens preferem refrigerantes e os mais velhos acham que iogurtes, queijos, leite, são alimentos de criança. 3) Exercícios regulares com pesos, contribuem com o desenvolvimento ósseo e evitam perda de sua densidade após a maturação. Teoricamente o estresse tanto gravitacional como o da força muscular sobre os ossos estimulam á perda de células osteoclastos gerando como resposta, um estímulo maior das osteblastos. Claro, dentro dos limites que não sejam caracterizados como excesso . Fleck cita por exemplo, que os fisioculturistas chegam a ter 40% mais cálcio nas vértebras lombares. 4) Corredoras fundistas que aumentam exageradamente a quilometragem, a ponto de causar falta de menstruação (Amenorréia), agravado com a nutrição esportiva deficiente, são candidatas à Osteoporose precoce. 5) Ingerir muita proteína animal, mais de 20 por cento do total de calorias diárias, pode causar perda de cálcio pela urina. 6) As mulheres que tiveram que remover os ovários ou estão na menopausa, não produzem hormônios do grupo Estrogênios que inibem as células destruidoras dos ossos (Osteoclastos). Além do que, esses hormônios são primordiais na produção da vitamina "D" ativa que sintetizada pelos raios solares, ajuda na absorção do cálcio, explica o Dr. Charles Pak citado por Cooper. Pelo exposto, podemos concluir que parte das mulheres naterceira idade tem chance de impedir, a Osteoporose ou diminuir seus efeitos com dietas e exercícios adequados. Claro, umas estão mais propensas do que outras por fatores genéticos. A raça negra por exemplo, sabe-se que tem uma densidade óssea melhor e por isso a doença nessas mulheres é mais rara. Portanto, a princípio, todas as atividades físicas que produzem impacto ou que geram um certo estresse nos ossos são benéficos na prevenção da osteoporose. Na Educação Física, a gente só precisa ter cuidado com certos chavões ou afirmações. "Musculação não emagrece!" "Caminhada não é exercício aeróbio!" "Hidroginástica não produz impacto!" "Idoso não pode fazer musculação!" ...E vai por aí, né? Depende, tudo depende de quem pratica, como pratica, a quanto tempo e pra quê pratica. Um prédio precisa de vigas e colunas fortes, bem projetadas e construídas. O nosso corpo precisa de um esqueleto sadio e bem cuidado. Só temos esse.
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